
Não foi um dia qualquer para o crime organizado no Norte do país. Nesta sexta-feira (18), uma operação que envolveu policiais de várias unidades federativas colocou fim – pelo menos temporariamente – ao reinado de terror de uma facção que vinha assombrando comerciantes em Belém. Os alvos? Membros de uma organização criminosa que agia como verdadeiros abutres, sugando o suor de pequenos e médios empresários através de extorsões sistemáticas.
A ação, batizada ironicamente de "Pacto de Silêncio" pelos investigadores, revelou um modus operandi que beira o roteiro de filme de máfia. Os criminosos agiam com uma frieza que daria arrepios até no mais experiente dos detetives. Ligavam para as vítimas, marcavam encontros em locais públicos, e faziam ameaças tão criativas quanto aterrorizantes.
Como a quadrilha operava
Detalhes que parecem saídos de um romance policial:
- Os alvos principais eram estabelecimentos comerciais de médio porte
- As exigências variavam entre R$ 5 mil e R$ 50 mil mensais
- Quem se recusava a pagar recebia "visitas" noturnas e "lembretes" violentos
- Algumas vítimas foram coagidas a assinar contratos fictícios de "proteção"
Não era raro os criminosos usarem linguajar corporativo – falavam em "taxas de manutenção" e "pacotes de segurança". Uma distorção grotesca do mundo dos negócios legítimos.
O desfecho
Depois de meses de investigação sigilosa (e muita paciência, diga-se), a polícia fez a jogada final. Os mandados de prisão foram cumpridos simultaneamente em três estados diferentes – Pará, Maranhão e São Paulo. Acredite ou não, alguns dos suspeitos foram encontrados em condomínios de luxo, vivendo como verdadeiros "empresários do crime".
Entre os apreendidos:
- Dois líderes da facção, com passagens por homicídio
- Cinco "coordenadores" regionais
- Três responsáveis pela lavagem do dinheiro extorquido
A operação ainda apreendeu armas, veículos de luxo e documentos que devem desvendar outros crimes. Resta saber se essa foi apenas uma vitória temporária ou um golpe definitivo na organização. Uma coisa é certa: os comerciantes de Belém podem respirar um pouco mais aliviados – pelo menos por enquanto.