Operação policial desarticula quadrilha acusada de extorsão em bairro planejado para prostituição em Campinas
Operação prende 5 por extorsão em bairro de prostituição em Campinas

Numa ação que parece saída de um roteiro de filme policial, as forças de segurança de São Paulo botaram o pé no acelerador nesta terça-feira (15). Treze cidades do estado viram suas ruas serem tomadas por viaturas e agentes em uma megaoperação contra uma quadrilha especializada em extorquir comerciantes de um bairro peculiar de Campinas.

O alvo? Um lugar que os moradores chamam, entre cochichos, de "bairro do pecado". A região, que supostamente foi planejada para abrigar pontos de prostituição, virou palco de um esquema que misturava crime organizado com exploração sexual.

Como funcionava o esquema

Segundo as investigações — que rolaram por meses a fio —, os criminosos agiam como verdadeiros "donos do pedaço". Eles:

  • Cobravam "taxas de proteção" de bares e casas noturnas
  • Controlavam o aliciamento de mulheres para a prostituição
  • Faziam ameaças veladas (e nem tão veladas assim) a quem não colaborasse

"Era um negócio tão organizado que parecia até empresa legalizada", comentou um delegado que pediu para não ser identificado. A ironia na voz dele era perceptível.

Operação foi batizada de "Limpeza Divina"

Com um nome que parece piada pronta — mas é sério —, a operação "Limpeza Divina" mobilizou mais de 100 policiais. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cidades como:

  1. Campinas (óbvio)
  2. Sumaré
  3. Hortolândia
  4. Indaiatuba
  5. Outras nove municípios da região

Até agora, a polícia já prendeu cinco suspeitos — todos com passagem pela justiça por crimes similares. Entre os detidos, um sujeito que se autointitulava "gerente" do bairro. (Sim, gerente. Como se fosse uma filial de banco, não um antro de exploração humana.)

Os investigadores ainda estão vasculhando documentos apreendidos, mas acreditam que o esquema movimentava centenas de milhares por mês. Dinheiro que, diga-se de passagem, sumia como fumaça em contas fantasmas e investimentos duvidosos.

E as vítimas?

Aqui o caso ganha tons ainda mais sombrios. Muitas das mulheres aliciadas — segundo relatos colhidos pela polícia — eram coagidas a trabalhar em condições análogas à escravidão. Algumas chegavam a ter seus documentos retidos pelos criminosos.

"É um daqueles casos que mostram o pior do ser humano", lamentou uma assistente social que acompanha as vítimas. Ela pediu para não ser identificada, temendo represálias.

Enquanto isso, nos bastidores, a pergunta que não quer calar: como um esquema desse tamanho funcionou por tanto tempo sem chamar atenção? Mas isso é papo para outra reportagem...