
Não foi uma manhã qualquer nos bairros de Cajazeiras e São Gonçalo, em Salvador. Logo cedo, o barulho de viaturas e o deslocamento estratégico de agentes da Polícia Civil marcaram o início de uma investida de peso contra o crime organizado. A Operação Terminus, deflagrada nesta quarta-feira (20), tinha um alvo claro: desarticular uma perigosa facção com ramificações no Rio de Janeiro, acusada de uma série de crimes brutais que aterrorizavam a região.
O balanço final? Expressivo. 16 mandados de prisão preventiva foram executados, um verdadeiro golpe na estrutura logística e operacional do grupo. Mas as prisões são só a ponta do iceberg – o que os policiais encontraram durante as buscas pinta um retrato sombrio da atuação criminosa. A lista de apreensões é longa e preocupante: um verdadeiro arsenal, incluindo pistolas, revólveres, carregadores, uma espingarda artesanal (aquele famoso 'cano') e centenas de munições de calibres variados. Para completar o pacote do ilegal, uma quantidade significativa de drogas, celulares e até uma balança de precisão, indício claro do comércio que sustentava a organização.
O Elo Carioca que Preocupa
O que mais salta aos olhos nesse caso – e, convenhamos, é de arrepiar – é a conexão interestadual. Essa não era uma quadrilha qualquer, operando de forma isolada. As investigações, que se arrastam desde o ano passado, apontam vínculos sólidos com uma facção criminosa sediada no Rio de Janeiro. Esse link transforma uma ameaça local em um problema de segurança pública muito mais complexo, mostrando como as fronteiras entre estados são irrelevantes para essas organizações.
E o que motivava essa gente? Uma agenda violenta e lucrativa. O grupo é investigado pela prática de homicídios dolosos – aqueles com intenção de matar, friamente calculados – e pelo tráfico de drogas em uma escala que vai muito além do varejo. Eles não estavam brincando de bandido; estavam administrando um negócio mortal, com métodos violentos para proteger seu território e suas rotas.
Investigacao: Paciencia e Persistencia
Nada disso veio à tona do dia para a noite. A Delegacia de Homicídios trabalhou por meses, pacientemente, costurando provas, analisando dados de inteligência e construindo um quebra-cabeça complexo. A Delegacia de Repressao a Furtos e Roubos (DRFR) também deu seu suporte crucial. O resultado foi um conjunto robusto de evidências que convenceu a Justiça a autorizar a operação, mostrando que a lei ainda pode ser mais esperta que o crime.
A operaçao Terminus deixa um recado claro, um aviso que ecoa além dos limites da Bahia: a policia está de olho nas conexões que alimentam o crime organizado pelo pais. E, pelo menos por hoje, a paz venceu.