O Ministério Público do Rio de Janeiro conseguiu mapear pela primeira vez a estrutura completa do Comando Vermelho, revelando os detalhes da organização que mantém a facção como uma das mais poderosas do crime organizado brasileiro.
A Pirâmide do Poder Criminoso
De acordo com documentos sigilosos obtidos pela investigação, o CV opera através de uma estrutura bem definida, dividida em setores especializados que funcionam como uma verdadeira corporação do crime.
No topo da hierarquia estão os "gestores gerais", responsáveis pelas decisões estratégicas que movimentam milhões de reais anualmente. Abaixo deles, a organização se ramifica em áreas específicas:
- Setor Financeiro: controla o fluxo de dinheiro e aplicações
- Logística e Comunicação: gerencia a infraestrutura operacional
- Segurança Interna: protege a cúpula e elimina ameaças
- Relações Externas: interface com outras facções e organizações
Especialização Criminal
O que mais chama atenção no relatório é o nível de profissionalização encontrado. Cada setor possui lideranças específicas e funcionários especializados, demonstrando uma sofisticação operacional que vai muito além do tráfico de drogas tradicional.
"É uma estrutura empresarial aplicada ao crime", analisa um dos investigadores envolvidos no caso, que preferiu não se identificar.
As Consequências para o Combate ao Crime
O detalhamento da hierarquia representa uma virada nas investigações. Com o mapa completo da organização, as autoridades podem agora:
- Identificar pontos frágeis na estrutura
- Desarticular setores específicos
- Prender líderes estratégicos
- Congelar recursos financeiros
A quebra de sigilo bancário e telefônico foi fundamental para chegar a esse nível de detalhamento. As interceptações revelaram conversas que mostravam claramente a divisão de funções e a cadeia de comando.
Próximos Passos
O Ministério Público já prepara novas ações baseadas nessas informações. A expectativa é que nos próximos meses sejam deflagradas operações específicas contra cada um dos setores identificados, começando pela estrutura financeira, considerada o "coração" da organização.
Esta pode ser a maior investida já realizada contra a cúpula do Comando Vermelho, uma facção que há décadas domina o crime organizado no estado do Rio de Janeiro.
