O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestou otimismo quanto à possibilidade de uma votação consensual do PL Antifacção durante esta quarta-feira. A declaração foi feita em coletiva no Salão Verde da Casa, após recuos do relator em pontos sensíveis do projeto.
Convergência política em segurança pública
Durante a coletiva desta terça-feira (11 de novembro de 2025), Motta destacou o histórico de unanimidade em pautas de segurança. "Vejo aqui um momento de uma grande construção política", afirmou o parlamentar, ressaltando que essas matérias costumam unir oposição e governo.
O presidente da Câmara expressou confiança de que as bancadas poderão chegar a um acordo até esta quarta-feira. "Espero que até o dia de amanhã esse relatório possa ser debatido com as bancadas e quem sabe possamos construir uma convergência", completou Motta, enfatizando o potencial do projeto para fortalecer o combate ao crime organizado no país.
Recuos do relator acalmam ânimos
O relator Guilherme Derrite (PP-SP) anunciou mudanças significativas em seu parecer original. Em movimento interpretado como concessão ao governo Lula, o parlamentar se comprometeu a preservar as prerrogativas da Polícia Federal no enfrentamento ao crime organizado.
Além disso, Derrite confirmou que retirará as alterações propostas à lei antiterrorismo. Esses pontos eram alvo de críticas do Executivo, que argumentava que o texto original poderia enfraquecer a atuação da PF e trazer prejuízos econômicos e diplomáticos ao Brasil.
Impacto nas investigações
As modificações no relatório representam uma vitória para o governo federal, que vinha pressionando por mudanças. O Executivo sustentava que as propostas iniciais não garantiam eficácia comprovada contra o crime organizado, enquanto colocavam em risco instrumentos importantes de investigação.
O recuo do relator ocorreu após intensas negociações entre as bancadas e o governo. A expectativa agora é que o texto possa ser apreciado rapidamente pelo plenário da Câmara, com base no consenso construído em torno das novas alterações.
A sessão deliberativa desta quarta-feira promete ser decisiva para o futuro do combate ao crime organizado no país, com deputados de todos os espectros políticos devendo acompanhar ativamente a votação.