Área Verde no Rio Comprido Vira Campo de Treino de Criminosos com Armas Pesadas
Mata no Rio Comprido vira campo de treino de bandidos

Era para ser apenas mais um pedaço de mata fechada no coração do Rio Comprido, mas nos últimos tempos o barulho que ecoa dali não tem nada de natural. Os tiros — e não são poucos — vêm assustando moradores da região, que já não sabem mais o que fazer. A situação chegou a um ponto tão crítico que a Polícia Militar decidiu agir.

Na última quarta-feira, uma operação de verdade — daquelas que a gente vê em filme — desvendou o mistério. A tal área verde, escondida entre as vielas da comunidade, estava sendo usada como campo de treinamento por criminosos. Sim, você leu direito: treinamento mesmo, com direito a simulação de combate e tudo.

O que a polícia encontrou

Quando os policiais invadiram o local, a surpresa foi grande. Dois fuzis — armas de guerra, pra deixar claro — estavam abandonados no mato. Dois coletes balísticos, daqueles que aguentam até tiro de calibre grosso, também foram apreendidos. A cena era digna de zona de conflito, não de uma comunidade no Rio de Janeiro.

Os bandidos, percebendo a chegada da PM, simplesmente abandonaram tudo e fugiram. Não deu tempo nem de esconder direito o material. A velocidade da fuga deixou claro que eles conhecem cada centímetro daquela mata como a palma da mão.

O desespero dos moradores

"A gente ouve tiro todo dia, às vezes de madrugada", contou um morador que preferiu não se identificar — com medo, é claro. "Parece que estão ensaiando para alguma coisa grande, e isso nos assusta muito."

Outra residente, dona de um pequeno comércio nas redondezas, foi mais direta: "Já perdi as contas de quantas vezes fechei o negócio mais cedo com medo de confusão. Eles treinam como se estivessem no meio do nada, mas estamos aqui, no meio da cidade."

O pior de tudo? A sensação de impotência. Muitos sabiam o que acontecia, mas tinham medo de denunciar. Quem vai enfrentar cara armado com fuzil?

O que isso significa para a segurança do Rio

Esse caso revela uma mudança preocupante na forma como o crime organizado atua na capital fluminense. Não basta mais ter armas — agora querem treinamento profissionalizado. É como se estivessem se preparando para guerras cada vez mais sofisticadas.

O uso de áreas verdes para esses fins é particularmente inteligente — e assustador. A vegetação densa abafa o som dos disparos e esconde as atividades ilícitas. Enquanto isso, a vida segue normal do lado de fora, com pessoas indo trabalhar, crianças brincando — tudo acontecendo a poucos metros de um campo de batalha improvisado.

A Polícia Militreinou o material apreendido para perícia. A expectativa é que as armas possam fornecer pistas sobre outros crimes — afinal, fuzil não é arma de amador.

Enquanto isso, os moradores seguem na expectativa — e no medo. Será que essa operação resolveu o problema, ou os bandidos vão simplesmente arrumar outro cantinho verde para continuar seus "treinos"? No Rio de Janeiro, infelizmente, ninguém arrisca palpites.