
Parece que o jogo virou para os ladrões de cabos de cobre no Rio. A polícia acabou de dar um golpe duro no que chamam de "o maior receptador da Baixada Fluminense" — e olha que a concorrência nesse ramo ilegal não é pequena.
Numa operação que começou de madrugada e se estendeu pela manhã, os agentes recuperaram nada menos que três toneladas de cabos. Três toneladas! Dá para imaginar o estrago que esse material todo causava quando sumia das ruas e empresas?
O esquema que derrubou o "rei do cobre"
O sujeito, de 49 anos, não era nenhum amador. Montou um verdadeiro centro de processamento clandestino em Duque de Caxias. Lá, os cabos chegavam enrolados, sujos, muitas vezes ainda com pedaços de asfalto grudados — e saiam limpos, separados e prontos para o mercado negro.
O que me impressiona é a cara de pau: o galpão funcionava a pleno vapor, com equipamentos industriais para descascar e cortar os fios. Não era esconderijo, era praticamente uma fábrica do crime.
Rastreamento que levou à queda
Tudo começou com uma investigação minuciosa da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas. Os policiais seguiram o rastro de vários furtos até chegar nesse ponto em comum. Parece óbvio, mas prender o receptador é como cortar a cabeça da serpente — sem quem compre, o furto perde a graça.
E olha só o que encontraram no local:
- Cabos de energia de alta tensão — desses que deixam bairros inteiros no escuro quando são roubados
- Fios de telecomunicações — que derrubam internet e telefonia
- Equipamentos de queima controlada para derreter o material
- Até uma prensa hidráulica profissional
O prejuízo? Calcula-se que seja milionário. E quem paga a conta somos todos nós, através de serviços mais caros e interrupções constantes.
Impacto real na vida das pessoas
É fácil pensar nisso como "só mais uma operação policial". Mas a verdade é que cada cabo recuperado representa:
- Menos apagões em residências e comércios
- Comunicações que não caem no meio de uma ligação importante
- Segurança — porque sem iluminação pública, a criminalidade aumenta
- Economia — já que as empresas não repassam todo o prejuízo para nós
O receptador agora responde por... bem, por praticamente tudo que você pode imaginar: receptação qualificada, formação de quadrilha, dano ao patrimônio público e privado. A lista é longa.
"Essa prisão interrompe um ciclo vicioso que afeta diretamente a população", comentou um dos investigadores, que preferiu não se identificar. E faz sentido — é como fechar uma torneira que estava inundando a cidade de problemas.
Restou alguma dúvida de que prender quem compra o material roubado é tão importante quanto pegar quem rouba? Parece que a polícia entendeu isso perfeitamente.
Enquanto isso, nas ruas da Baixada, a notícia corre mais rápido que a luz que volta aos postes. A população, cansada de ficar no escuro — literalmente — comemora. Mas fica o alerta: enquanto houver quem compre, haverá quem roube. E essa guerra particular contra os cabos de cobre está longe de acabar.