Golpe do Falso Entregador: Trio é Preso Suspeito de Aterrorizar Residências na Região de Campinas
Golpe do falso entregador: trio preso em Campinas

Imagine a cena: toque na campainha, um suposto entregador uniformizado com uma encomenda misteriosa. Só que não era pizza, não era mercado, era puro golpe. A artimanha, que parecia saída de um roteiro de filme policial, rendeu a prisão de três suspeitos nesta quinta-feira (22) na região de Campinas.

Os caras não estavam brincando de ser entregadores por hobby. A modalidade do crime era bem planejada — e assustadoramente eficaz. Eles se passavam por funcionários de serviços de entrega, chegavam às residências com pacotes fictícios e, no momento em que a vítima abria a porta, partiam para o assalto. Rapidinho, sem alarde, somem com objetos de valor, eletrônicos, joias… e some também a sensação de segurança de quem passa por isso.

A operação policial que derrubou o trio foi batizada de “Embalagem Fatal” — e olha, o nome não podia ser mais apropriado. Dois homens e uma mulher, todos com passagens pela polícia, foram detidos preventivamente. As investigações da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) apontam que eles não agiam sozinhos. Tudo indica que integravam uma organização criminosa maior, especializada justamente nesse tipo de abordagem sorrateira.

Não foi hoje, não foi ontem: a onda de crimes

Os roubos não eram isolados. Segundo as autoridades, a quadrilha agia há meses, alternando entre cidades da região metropolitana de Campinas — Sumaré, Hortolândia, Americana. Eles escolhiam bem os alvos: geralmente casas em condomínios ou em ruas mais tranquilas, onde o movimento é menor e a surpresa, maior.

E não pense que a estratégia era sempre a mesma. Às vezes usavam uniformes falsos de empresas conhecidas. Em outras, carros de modelo comum, sem chamar atenção. A criatividade para o mal, infelizmente, era notável.

O que levaram? Como agiam?

Os investigadores ainda contabilizam os prejuízos, mas a lista é longa: celulares, notebooks, relógios, dinheiro vivo e até armas de fogo. Em alguns casos, as vítimas só percebiam que haviam sido enganadas quando já era tarde demais. Em outros, a abordagem era mais agressiva — e aí o trauma ia além do material.

Não é exagero dizer que o golpe do falso entregador é uma das táticas mais covardes que existem. Explora a confiança das pessoas, a rotina normal de quem espera uma entrega, aquele gesto quase automático de abrir a porta. É sujo. É baixo.

E agora, o que acontece?

Os três presos seguem à disposição da Justiça. E a polícia garante: a investigação não para por aí. A expectativa é que novos nomes e envolvidos sejam identificados — talvez até o mandante ou os financiadores desse esquema.

Enquanto isso, a recomendação pra quem mora na região é a mesma de sempre, mas que nunca é demais repetir: desconfie. Confirmar a identidade de quem bate à porta não é falta de educação — é cuidado. Exigir identificação, ligar para o número da transportadora, não abrir para estranhos… são gestos simples que podem evitar uma grande dor de cabeça.

Ou, como diria um delegado que preferiu não se identificar: “Golpe de entregador é como cobra: rasteja, chega quieto e só ataca quando você menos espera”. Melhor prevenir do que remediar — ainda mais quando o remédio é amargo como uma prisão em flagrante.