
A cena foi digna de filme policial, mas aconteceu de verdade no coração de Salvador. O deputado estadual Binho Galinha, um nome que até pouco tempo atrás poucos conheciam fora dos círculos políticos, agora está no centro de um dos escândalos mais bombásticos dos últimos tempos na Bahia.
Imagina só: um parlamentar preso dentro de uma sala do Estado-Maior da Polícia Militar. A ironia é tão grossa que dói. A Polícia Civil baiana, em uma operação que começou ainda de madrugada, simplesmente cercou o local e prendeu o deputado — que, segundo as investigações, não era apenas mais um político, mas o suposto cérebro por trás de uma organização criminosa que misturava milícia e lavagem de dinheiro.
Da Câmara ao Crime Organizado
Os investigadores trabalhavam há meses nesse caso, e o que descobriram é assustador. Binho Galinha — cujo nome verdadeiro é José Francisco de Oliveira — não estava apenas metido em pequenas falcatruas. A acusação é pesada: ele seria o chefe de uma milícia que atuava em diversas frentes, com especial foco em obras públicas.
E não para por aí. A organização, segundo os delegados, tinha um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro que faria qualquer contador ficar com dor de cabeça. Estamos falando de valores que chegam a milhões — dinheiro público que deveria estar melhorando a vida do povo baiano, mas que acabou em paraísos fiscais e contas fantasmas.
Operação em Andamento
Enquanto escrevo esta matéria, a operação ainda está rolando. Policiais civis continuam cumprindo mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado e seus supostos comparsas. O que mais vão encontrar? Só o tempo — e as investigações — dirão.
O que me deixa pensando é como alguém eleito para representar o povo acaba se tornando exatamente o oposto: um suposto criminoso que usa seu cargo para benefício próprio. A população merece respostas, e rápido.
A situação é tão séria que o caso já está sendo acompanhado pelo Ministério Público estadual, que prometeu agir com rigor. Resta saber se essa será apenas mais uma história de impunidade ou se, finalmente, a justiça será feita.