A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), utilizou uma tribuna no Senado Federal nesta quarta-feira (12) para criticar o que classificou como guerra ideológica em torno de projetos de combate ao crime organizado. A declaração ocorreu durante sessão solene que homenageou o governo do Rio de Janeiro.
Homenagem e solidariedade
Em seu discurso, Celina Leão expressou solidariedade às famílias dos quatro policiais mortos durante a operação nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortos. A vice-governadora afirmou que nenhuma homenagem seria capaz de preencher a ausência desses heróis, mas destacou que o Congresso Nacional reconhece a relevância de seu sacrifício.
Nesse momento eu quero deixar minha mais sincera solidariedade às famílias dos policiais que perderam a vida e dos que ficaram feridos, declarou Celina durante a sessão. Nenhuma homenagem será capaz de preencher a ausência de cada um desses heróis.
Críticas ao debate sobre terrorismo
A parlamentar direcionou suas críticas especificamente às discussões sobre o projeto de lei antifacção, que se intensificaram após a operação considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro. Celina demonstrou insatisfação com o foco em classificar facções criminosas como grupos terroristas, argumentando que a população espera resultados concretos.
Essa guerra ideológica, de falar se é terrorismo ou se não é... O que eu acho é que a população do Brasil espera o resultado finalíssimo disso, afirmou a vice-governadora. Qual vai ser o nome desse crime, isso pouco importa. O que importa realmente é apertar a pena.
Posicionamento sobre o projeto antifacção
Celina Leão defendeu que o Congresso Nacional é o local adequado para este debate e enfatizou a necessidade de endurecer as penas para criminosos. Ela argumentou que os infratores não devem ter acesso a benefícios como liberdade provisória ou saidinhas.
O projeto em discussão encontra-se sob relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que já apresentou três versões diferentes do texto. A versão mais recente, desta terça-feira (11), prevê:
- Criação de tipos penais específicos para ações de facções
- Endurecimento de penas
- Ampliação de instrumentos de investigação
Vale destacar que a proposta não altera a Lei Antiterrorismo e mantém as regras sobre atribuições da Polícia Federal.
Celina Leão e o governador Ibaneis Rocha (MDB) são aliados do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), reforçando a união política entre os executivos estaduais na abordagem de segurança pública.