Um policial militar do estado de Goiás e sua esposa foram presos em flagrante na última quarta-feira (3) sob a acusação de tentativa de compra de um bebê na região da Ilha do Marajó, no Pará. A ação foi desencadeada após uma denúncia recebida pela Polícia Civil paraense.
Operação policial e flagrante
De acordo com as investigações, a primeira tentativa do casal teria ocorrido no município de Melgaço, localizado no arquipélago do Marajó, mas não obteve sucesso. Persistindo no plano criminoso, o casal se deslocou para a cidade próxima de Portel, onde abordou uma pessoa oferecendo dinheiro para que intermediasse a transação ilegal.
Os suspeitos estavam hospedados em um hotel no centro de Portel quando fizeram a proposta. Agentes da Polícia Civil, que já monitoravam o casal após a denúncia, se disfarçaram para acompanhar de perto as movimentações. A prisão em flagrante por suspeita de tráfico de pessoas aconteceu no exato momento em que o casal informava o valor a ser pago pelo bebê.
Itens apreendidos e resistência à prisão
Com o casal foram encontrados diversos objetos que reforçam as suspeitas. Os policiais apreenderam uma mala contendo roupas de recém-nascido, fraldas descartáveis e uma mamadeira. Também foram confiscados três celulares, nos quais havia certidões de nascimento de bebês de outros estados do Brasil, levantando suspeitas sobre a extensão das atividades criminosas.
Outro item de grande relevância apreendido foi uma arma de fogo, pertencente ao policial militar preso. Durante a ação de prisão, a Polícia Militar do Pará precisou ser acionada para dar apoio, pois o suspeito, que é policial em Goiás, se recusava a cumprir as ordens dos agentes, como virar de costas e levantar as mãos.
Investigações em andamento
A Polícia Civil do Pará informou que as investigações continuam para apurar se o casal tentou cometer o mesmo crime em outras cidades da região ou do país. O objetivo é identificar possíveis envolvidos e desarticular uma eventual rede criminosa dedicada à negociação ilegal de crianças.
O caso, que chocou a região do Marajó, expõe uma faceta grave do tráfico de pessoas e mobiliza as forças de segurança em uma investigação que pode ter desdobramentos interestaduais, dada a origem do casal e a documentação encontrada em seus celulares.