Brasil Sob o Domínio do Crime: 25% da População Vive em Áreas Controladas por Facções
25% dos brasileiros sob controle de facções

Imagine acordar sabendo que quem manda no seu bairro não é o prefeito, nem o governador, mas um grupo de criminosos armados. Pois é, essa não é realidade distante para um quarto da população brasileira – estamos falando de mais de 50 milhões de pessoas.

Um estudo recente, que mapeou a atuação de facções pelo país, traz números que beiram o inacreditável. E o pior? A situação parece estar longe de melhorar.

O Mapa do Crime

Pesquisadores dedicaram meses cruzando dados de inteligência, relatórios policiais e até mesmo conversas em aplicativos de mensagem – sim, os criminosos também usam tecnologia. O resultado? Um retrato assustador do poder paralelo que se espalha como mancha de óleo pelo território nacional.

As principais facções – PCC, Comando Vermelho e Família do Norte – não estão mais restritas às periferias. Elas já controlam pedaços significativos de capitais e até cidades do interior. E não se engane: seu domínio vai muito além do tráfico de drogas.

O Que Significa Viver Sob Controle Criminoso?

É sobre muito mais do que violência. É sobre:

  • Ter que pedir "permissão" para reformar a própria casa
  • Saber que qualquer conflito será resolvado na base da arma, não na justiça
  • Conviver com toques de recolher não-oficiais
  • Ver o comércio local pagando "taxas de proteção"
  • Transporte público que para quando as facções determinam

Um morador de uma comunidade no Rio me contou, sob condição de anonimato: "Aqui, a lei não é do estado. É do dono do morro. E todo mundo sabe disso".

Números Que Assustam

O estudo aponta que pelo menos 1.500 municípios brasileiros têm presença confirmada de facções. Em alguns estados do Norte e Nordeste, a situação é particularmente crítica – mas nenhuma região escapa ilesa.

E tem mais: em áreas dominadas, os criminosos frequentemente fornecem serviços que o estado não consegue entregar. Saúde básica, mediação de conflitos, até pequenos empréstimos. Ironicamente, isso cria uma perversa sensação de "ordem" onde deveria haver caos.

E Agora?

Especialistas em segurança pública estão profundamente preocupados. Um deles me disse: "Não estamos mais falando de criminalidade, mas de disputa de soberania". Fortes palavras, mas que parecem refletir a realidade.

O que fazer diante de um cenário tão complexo? Políticas de segurança tradicionais claramente não estão dando conta. Talvez seja hora de repensarmos completamente nossa abordagem – antes que seja tarde demais.

Enquanto isso, milhões de brasileiros seguem vivendo entre dois mundos: o oficial, das leis e instituições, e o real, das regras impostas pelas armas. E essa dualidade vai moldando não apenas cidades, mas mentalidades.