O ex-policial militar Ronnie Lessa, condenado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi transferido neste sábado (22) para o sistema prisional do Distrito Federal. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Operação de transferência
Ronnie Lessa deixou a Penitenciária I de Tremembé, no interior de São Paulo, por volta das 10h da manhã. Ele foi conduzido por agentes penitenciários paulistas até o aeroporto de São José dos Campos, localizado a aproximadamente 45 quilômetros do presídio.
No aeroporto, a custódia do ex-PM foi transferida para a Polícia Federal, que assumiu o transporte até Brasília. O deslocamento final foi realizado com escolta do Comando de Operações Táticas (COT) da PF, garantindo a segurança durante todo o trajeto.
Destino final em Brasília
O condenado chegou à Penitenciária IV do Distrito Federal no início da tarde. Originalmente, a defesa de Lessa havia solicitado sua transferência para o Centro de Internamento e Reeducação da Fazenda da Papuda.
Entretanto, a unidade apresentava superlotação de 151%, conforme informado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. Diante dessa situação, a Penitenciária IV foi definida como alternativa adequada.
Esta não foi a primeira tentativa de transferência. Em outubro, os advogados de Lessa já haviam feito um pedido similar, argumentando que o isolamento do ex-PM colocava em risco sua integridade física e psicológica. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes havia indeferido o pedido.
Contexto da condenação
Ronnie Lessa foi condenado em 30 de outubro de 2024 pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro a 78 anos e 9 meses de prisão. Seu comparsa, Élcio Queiroz, recebeu pena de 59 anos e 8 meses.
Os crimes pelos quais foram condenados incluem:
- Duplo homicídio triplamente qualificado
- Tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves
- Receptação de veículo utilizado no crime
Ambos firmaram acordos de delação premiada, o que resultará na redução dos tempos de execução das penas. Além da prisão, os condenados terão que pagar indenizações que somam R$ 3,5 milhões às vítimas e familiares.
Ronnie Lessa acumula atualmente 193 anos e 11 meses em penas nas Justiças estadual e federal. No entanto, devido ao acordo de delação, ele só poderá cumprir pena em regime fechado até março de 2037, seguido de dois anos em regime semiaberto.