Professor condenado a 23 anos por participação em assassinato de segurança
Professor condenado a 23 anos por morte de segurança

O professor Rafael Rondi de Moraes foi condenado a mais de 23 anos de prisão por sua participação no assassinato do segurança Gustavo Adolfo, ocorrido em uma balada de Itanhaém, no litoral de São Paulo. A sentença foi proferida pelo Tribunal do Júri na quinta-feira (27).

Detalhes da condenação

Rafael Rondi de Moraes recebeu pena de 23 anos, 7 meses e 4 dias de prisão, além do pagamento de 10 dias-multa. A sentença também determinou a suspensão de sua carteira de habilitação por dois meses.

O professor foi considerado culpado por levar Leony Defeu ao local do crime e auxiliar na fuga. Leony, autor dos disparos que mataram o segurança, já havia sido condenado a 29 anos de prisão em julho deste ano. Ambos permanecem presos.

O Tribunal do Júri condenou Rafael pelo homicídio de Gustavo com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de dirigir embriagado.

O crime na balada

O assassinato ocorreu em junho de 2023 durante o evento 'Noite dos Solteiros' no bar Estação do Chopp. Rafael e Leony se envolveram em uma confusão no piso superior do estabelecimento e deixaram o local durante a noite.

Minutos depois, a dupla retornou à balada, mas foi impedida de entrar pelo segurança Gustavo, já que a festa se aproximava do fim. Na porta do estabelecimento, iniciaram uma discussão com o funcionário.

Imagens de monitoramento registraram o momento em que Gustavo empurra Leony, que reage sacando uma arma e disparando contra o segurança. Leony ainda entrou no bar com uma latinha de bebida na mão e efetuou vários disparos contra o segurança, que já estava caído no chão.

Fuga e prisão

Após o crime, a dupla fugiu em um carro cinza dirigido por Rafael. Além do segurança que morreu no local, uma mulher que estava por perto teve o pé atingido por um disparo.

A equipe da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) estava em patrulhamento na região quando foi acionada. Testemunhas apontaram o veículo em que os criminosos fugiram, iniciando uma perseguição.

Os guardas municipais abordaram a dupla na Rua Octaviano Albuquerque. Leony estava no banco do passageiro e dispensou um revólver calibre 38, resistindo à abordagem. Rafael, que dirigia o veículo, apresentava fala desconexa e confusa, aparentando embriaguez.

Repercussão e recurso

Em nota, a defesa do réu, representada pelo advogado Alexandre Kolano, informou que irá recorrer da decisão. "Entendemos que o julgamento não refletiu as provas constantes nos autos", disse o advogado.

A defesa afirmou que irá "garantir que todos os elementos do processo sejam devidamente analisados em instâncias superiores, buscando a correção da decisão".

Os pedidos de condenação foram apresentados pelo Ministério Público com apoio da assistência de acusação representada pelo advogado Alexander Neves Lopes, que atua em nome da família da vítima.

Rafael também havia sido denunciado por tentativa de homicídio contra a mulher atingida por bala perdida e por porte ilegal de arma de fogo, mas estes dois crimes não foram acolhidos pelo Tribunal do Júri.