
Imagine abrir um pacote de queijo ralado e descobrir que metade dele é serragem. Ou pior: comprar um suposto leite em pó que, na verdade, é uma mistura de farinha e corante. Pois é, gente. A Polícia Civil de Limeira acabou de desmontar uma quadrilha que enchia os bolsos às custas da saúde pública.
Numa operação que parece saída de um roteiro de filme — mas infelizmente é realidade —, os policiais apreenderam mais de 4 toneladas de produtos alimentícios adulterados. A ação aconteceu num galpão clandestino que funcionava como fábrica de ilusões (e de doenças).
O que foi encontrado?
- Queijo ralado "enriquecido" com celulose (leia-se: pó de madeira)
- Leite em pó que tinha de tudo, menos leite
- Temperos "premium" com 70% de sal e corantes proibidos
- Embalagens falsas de marcas famosas — tão bem feitas que enganariam até o fiscal mais atento
"Era uma linha de produção completa", contou um delegado que preferiu não se identificar. "Do falsificador de embalagens ao caminhão de entrega, tudo montado para passar despercebido."
Como descobriram?
Tudo começou com uma denúncia anônima — aquela vizinha que sempre desconfia dos caminhões que entram e saem à noite. A Polícia Civil montou uma investigação discreta que durou quase dois meses. E quando os investigadores entraram no galpão... bom, digamos que o cheiro de comida estragada era o menor dos problemas.
Os produtos apreendidos estavam sendo vendidos principalmente para pequenos mercados e restaurantes da região. "Muitos donos de estabelecimentos nem desconfiavam", explica o delegado. "Compravam achando que era original, por um preço só um pouco abaixo do normal."
E agora?
Os donos do esquema — dois irmãos com histórico de crimes contra as relações de consumo — já foram identificados e responderão por:
- Crime contra a saúde pública
- Falsificação de produtos
- Formação de quadrilha
- Uso de marca alheia
Enquanto isso, a Vigilância Sanitária está rastreando os pontos de venda. Se você comprou algum produto suspeito em Limeira nos últimos meses, melhor dar uma olhada no armário.
E pra quem acha que isso é "só mais uma operação policial", pense duas vezes: segundo especialistas, consumir esses produtos adulterados pode causar desde alergias graves até intoxicações alimentares sérias. Principalmente em crianças e idosos.