Médica é processada por homicídio culposo após superdosagem de remédio deixar paciente em estado vegetativo em Porto Alegre
Médica é ré por homicídio culposo após superdosagem

Um daqueles casos que faz a gente pensar muito sobre os limites da medicina e da responsabilidade profissional. A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou, na última segunda-feira (22), uma denúncia que vai dar o que falar. Uma médica – cujo nome a gente evita mencionar por questões éticas – agora responde formalmente por homicídio culposo. A acusação é pesada: ter causado a morte de uma paciente por uma suposta administração errada de remédios.

Tudo aconteceu lá em 2022, num hospital de Porto Alegre. A vítima, uma mulher de 73 anos, foi internada para tratar uma pneumonia. Parecia algo routineiro, mas o quadro dela piorou de forma dramática e, pasmem, irreversível. A denúncia do Ministério Público é clara: uma dose cavalar de midazolam, um sedativo potente, teria sido aplicada. O resultado? Danos cerebrais gravíssimos que levaram ao estado vegetativo persistente. A paciente não resistiu e veio a falecer.

E olha que o detalhe é crucial: a dosagem aplicada supostamente era seis vezes maior do que a recomendada para o procedimento que seria feito. Seis vezes! Um erro de cálculo desses, se comprovado, é algo que beira o inexplicável. A defesa da médica, como era de se esperar, vai contestar a acusação. Eles alegam que a conduta dela foi correta e dentro dos protocolos. Vai ser um processo longo, com peritos técnicos e muito debate.

O que a lei diz sobre homicídio culposo?

Para quem não é da área jurídica, homicídio culposo basicamente significa uma morte causada sem a intenção de matar, mas por negligência, imperícia ou imprudência. É diferente do doloso, onde há a vontade de ceifar a vida. No caso dos profissionais de saúde, a linha é tênue. Um simples descuido, um lapso num momento de pressão, pode ter consequências devastadoras.

O hospital envolvido, que também poderia ser responsabilizado civilmente, se pronunciou dizendo que está prestando todo o suporte às investigações. Mas a família da vítima, é claro, vive um luto misturado com uma sensação de injustiça. Imagina confiar sua vida a um profissional e algo assim acontecer?

Esse caso acende um alerta vermelho para a segurança do paciente. Será que os protocolos estão sendo seguidos à risca? A pressão sobre os médicos, especialmente no SUS e em hospitais lotados, não estaria contribuindo para erros humanos? Perguntas difíceis, que não têm resposta simples. O processo segue seu curso, e a gente fica na torcida para que a verdade venha à tona – seja ela qual for. Porque no final, uma família perdeu uma ente querida, e uma carreira profissional está em jogo.