
Dois anos. Parece uma eternidade quando você está esperando por justiça. Foi o tempo que Levina da Silva, uma mãe como qualquer outra, teve que carregar um peso que ninguém merece – a perda de um filho para a violência e a angústia de ver o caso parado na justiça.
Mas finalmente, uma fagulha de esperança. O julgamento de Jeferson da Silva Sales, o homem acusado de tirar a vida do jovem Francisco Evaldo da Silva, de apenas 22 anos, foi marcado para o próximo dia 3 de outubro. A notícia chegou como um alívio amargo para uma família que já derramou rios de lágrimas.
“Espero que seja condenado. Que ele pague pelo que fez com meu filho”. A fala de Dona Levina é carregada de uma dor que nem o tempo conseguiu apagar. Não é sobre vingança, sabe? É sobre algo muito mais profundo: a necessidade de ver um equilíbrio restaurado, de sentir que a sociedade não esqueceu o valor da vida do seu Francisco.
O Crime que Abalou uma Comunidade
Tudo aconteceu naquela noite fatídica de 22 de agosto de 2023, no bairro Vila da Amizade, em Rio Branco. Um discussão besta, daquelas que nunca deveriam terminar em tragédia, mas terminou. Francisco foi atingido por vários tiros e não resistiu. O suposto autor, Jeferson, foi preso em flagrante. A arma do crime? Uma espingarda artesanal, um instrumento de violência que virou uma triste realidade em muitos conflitos.
E desde então, o que se seguiu foi um silêncio ensurdecedor dos tribunais. Dois longos anos de adiamentos, prazos, protocolos e uma espera que consome a alma.
Mais do que um Processo, uma Questão de Dignidade
O promotor Thiago dos Santos, do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), vai a court pedindo uma condenação por homicídio qualificado. E olha, as qualificadoras são pesadas: motivo fútil, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e até mesmo crueldade.
Para a família, cada dia dessa espera foi uma batalha silenciosa. “É muito triste ver que a justiça tarda. Meu filho era uma pessoa boa, trabalhador, e morreu de forma tão violenta”, desabafa Levina, sua voz misturando raiva com uma tristeza imensa.
O caso vai a júri popular. Sete pessoas comuns vão precisar encarar os detalhes desse crime e decidir o futuro do acusado. Uma responsabilidade das grandes, que vai muito além de um veredicto – é sobre mandar uma mensagem clara sobre o valor que damos à vida humana.
Enquanto o calendário avança lentamente em direção à data do julgamento, uma mãe continua sua vigília. Esperando. Torcendo. Exigindo que a memória do seu filho seja honrada com a justiça que ele, e toda a família, merecem.