
Um daqueles casos que faz a gente parar e pensar sobre até onde uma discussão boba pode levar. Em Ribeirão Preto, um crime brutal entre vizinhos ganhou um capítulo surpreendente esta semana. O laudo pericial — aquele exame que todo mundo fica na expectativa — saiu e, pasmem, atestou que o homem que matou o vizinho não apresenta nenhum transtorno mental.
Parece inacreditável, não é? A gente sempre tenta buscar uma explicação, um motivo que justifique o injustificável. Mas às vezes a realidade é mais dura do que imaginamos.
O crime que começou com barulho
Tudo aconteceu no distrito de Bonfim Paulista, naqueles conjuntos habitacionais onde todo mundo praticamente vive grudado. Quem nunca teve problema com barulho de vizinho, que atire a primeira pedra. Só que nesse caso, a coisa fugiu completamente do controle.
Era abril do ano passado. Uma sexta-feira qualquer que terminou em tragédia. Os dois homens — vizinhos de porta, imagina só — começaram a discutir por causa de... adivinhem? Barulho. Sempre o barulho.
Da discussão à tragédia
O que era para ser apenas mais uma daquelas brigas bestas de condomínio rapidamente escalou para algo tenebroso. Testemunhas contaram que a discussão foi ficando cada vez mais acalorada, até que um dos envolvidos simplesmente perdeu a linha. Completamente.
Ele foi até dentro da própria casa — sim, dentro de casa —, pegou uma faca e voltou para o confronto. E não parou por aí. Desferiu nada menos que 15 golpes no vizinho. Quinze! É de deixar qualquer um sem reação.
A surpresa do laudo
Agora, o que realmente choca nessa história toda é o resultado do exame. O laudo do Instituto Médico Legal, divulgado só agora, foi categórico: o homem é perfeitamente capaz de entender o caráter criminoso dos seus atos. Em outras palavras, sabia muito bem o que estava fazendo.
O documento é claro como água: "ele apresenta condições de compreender a dimensão ilícita de suas condutas". Não há nenhum problema mental que pudesse, de alguma forma, ter influenciado naquele momento de fúria.
E agora, José?
Com esse laudo em mãos, a defesa perdeu um dos seus principais argumentos. Resta saber como o caso vai se desenrolar daqui para frente. O homem continua preso, é claro, respondendo pelo crime — que, convenhamos, foi particularmente brutal.
O que me deixa pensando é como situações cotidianas, aquelas que a gente enfrenta quase todo dia, podem terminar em tragédias assim. Será que a pandemia, o stress do dia a dia, a convivência cada vez mais apertada nas cidades está nos deixando todos no limite?
Ribeirão Preto, normalmente conhecida pelo agronegócio e pela qualidade de vida, agora tem que digerir mais esse caso de violência urbana. E a gente fica aqui se perguntando: quando é que vamos aprender a resolver nossos conflitos sem apelar para a barbárie?