O silêncio de um corredor do fórum quebrou com a leitura da sentença. Vinte anos. É o tempo que um homem, cujo nome a justiça preferiu não estampar em todas as manchetes, vai passar atrás das grades. A decisão, sabe-se agora, saiu de um Tribunal do Júri em Feira de Santana, no interior baiano, e põe um ponto final – ou pelo menos, uma pausa pesada – num caso que remonta a 2021.
O crime, francamente brutal, tirou a vida de um jovem de apenas 23 anos. A vítima, atingida por disparos de arma de fogo, não teve chance. O motivo? Brigas anteriores, dessas que criam raízes de ódio e terminam em tragédia anunciada. As testemunhas, é claro, foram cruciais. Elas pintaram um quadro claro para os jurados, que não tiveram dúvida ao proferir o veredicto de culpado.
O promotor, falando depois do júri, não escondeu um misto de alívio e gravidade. Disse que a sentença manda uma mensagem clara: a de que a violência não ficará impune. A defesa, por outro lado, já sinalizou que não vai aceitar a decisão calada – recursos estão a caminho, é quase uma certeza.
Para a família da vítima, uma mistura de sentimentos. Alívio? Talvez. Justiça? Eles certamente esperam que sim. Mas vinte anos não devolvem um filho. A dor, essa, é para sempre.
E a cidade de Feira de Santana, que acompanhou o caso com aquele misto de horror e curiosidade típico de comunidades onde a violência bate à porta, agora respira. Um pouquinho só. Porque casos como esse são um lembrete amargo de que a paz é, muitas vezes, mais frágil do que imaginamos.
