
Quatro meses se passaram desde que o empresário Rodrigo de Souza foi brutalmente assassinado em Franca, no interior paulista. E enquanto a família ainda chora a perda, o principal suspeito do crime — que segue foragido — resolveu mover uma jogada no tabuleiro judicial.
Imagina só: o indivíduo, cujo nome não foi divulgado pela justiça, está pedindo pela retirada de dois crimes da acusação que pesa contra ele. Uma manobra que, convenhamos, chega a ser cínica considerando que ele nem sequer está preso.
Os crimes que ele quer ver sumirem
O pedido formal chegou ao Tribunal de Justiça de São Paulo na última terça-feira. O que ele quer? Simplesmente que sejam retirados os crimes de ocultação de cadáver e fraude processual do processo.
Parece piada, mas não é. A defesa alega — segurem seus chapéus — que não há provas suficientes para sustentar essas acusações específicas. Como se o resto do caso fosse insignificante.
O que diz a lei sobre isso
Vamos com calma. No direito penal brasileiro, é perfeitamente possível que um réu conteste partes específicas da acusação. Mas aqui tem um detalhe que faz toda a diferença: o sujeito precisa estar respondendo ao processo em liberdade ou preso.
E este, meus amigos, está foragido. Sumido no mundo. O que torna toda essa situação no mínimo... peculiar.
Franca, aquela cidade conhecida pelos calçados de qualidade, agora tem seu nome manchado por um crime violento que permanece sem solução. O empresário foi morto a tiros em junho, seu corpo encontrado em estado de decomposição. Triste, muito triste.
E enquanto isso, a vida segue
O caso está sob os cuidados da 2ª Vara do Júri da Comarca de Franca. Os promotores já se manifestaram contrários ao pedido do foragido — surpresa zero aí.
E a polícia? Continua procurando. Quatro meses é tempo demais para uma família esperar por justiça. Tempo demais para uma comunidade se sentir segura.
O que me faz pensar: será que estratégias jurídicas como essa não deveriam esperar pelo menos até que o acusado esteja frente a frente com a justiça? Pergunto-me se não estamos vendo aqui um daqueles casos em que o sistema parece andar de lado.
Enquanto os papéis tramitam nos fóruns, uma família chora, uma cidade se pergunta sobre segurança, e um suposto assassino permanece solto por aí. O tempo, esse juiz implacável, continua seu curso inexorável.