Ex-prefeito Leopoldo Pedrosa vai a júri por assassinato após 10 anos
Ex-prefeito de Maribondo a júri por assassinato

O ex-prefeito de Maribondo, Leopoldo Cesar Amorim Pedrosa, enfrentará o Tribunal do Júri nesta quarta-feira (26) pelo assassinato do corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira, ocorrido em 2015. O julgamento está marcado para as 9h no Fórum de Marechal Deodoro, encerrando uma espera de quase dez anos por justiça.

Detalhes do crime que chocou Alagoas

De acordo com as investigações, o crime teve origem em uma transação imobiliária mal resolvida. Gerson Vieira havia intermediado a venda de um imóvel avaliado em R$ 800 mil e cobrado uma comissão de R$ 40 mil pelo serviço, valor que nunca foi pago pelo ex-prefeito.

Após insistir repetidamente pelo pagamento devido, o corretor teria se tornado alvo de Leopoldo Pedrosa. O ex-prefeito teria encomendado o assassinato como solução definitiva para a dívida de corretagem, em um crime classificado como homicídio duplamente qualificado.

A vítima foi encontrada dias depois do desaparecimento em um canavial, já em estado avançado de decomposição. O caso chegou ao júri popular após sucessivos adiamentos que se estenderam por quase uma década.

Histórico criminal do ex-prefeito

Leopoldo Pedrosa não é novidade no sistema judicial alagoano. O ex-gestor público acumula processos por diversos crimes, incluindo:

  • Porte ilegal de armas
  • Tráfico de drogas
  • Violência doméstica contra ex-esposa e ex-sogra
  • Disparos de arma de fogo em via pública
  • Falsificação e porte de documentos falsos
  • Embriaguez ao volante

Em 2019, quase um quinto de cocaína foi apreendido em sua fazenda durante o cumprimento de mandado de prisão relacionado ao homicídio de Gerson Vieira.

Recentemente prisão e violação de regime

Mais recentemente, em fevereiro de 2024, o ex-prefeito teve nova prisão decretada pela Justiça. Leopoldo violou as condições do regime semiaberto durante as festas de Carnaval em Maribondo, demonstrando repetido descumprimento das determinações judiciais.

O julgamento desta quarta-feira representa um marco na busca por justiça no caso que completa dez anos e expõe as complexas relações entre poder político e violência no interior alagoano.