A Justiça de Rondonópolis, cidade localizada a 218 km de Cuiabá, condenou dois homens pelo assassinato de Paulo Sander Alves, cometido em 2016 com o objetivo de receber parte de um seguro de vida milionário.
Penas aplicadas pelos jurados
Jean Paolo de Lima Pirolla foi sentenciado a 18 anos de reclusão mais 10 dias-multa, enquanto Uemerson Gonçalves de Souza recebeu pena de 19 anos de prisão. Ambos iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado e não poderão recorrer da decisão em liberdade.
O anúncio das condenações foi feito pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) na quarta-feira (5). O g1 tenta contato com a defesa dos condenados.
Detalhes do crime planejado
O Conselho de Sentença reconheceu que o homicídio foi cometido com um meio que dificultou a defesa da vítima. Além disso, confirmou que Jean Paolo cometeu o crime de porte de arma de fogo de uso restrito.
O crime ocorreu no Guincho Auto Socorro Brasil Resgate, no Bairro Jardim Monte Líbano, em Rondonópolis. As investigações apontaram que o assassinato foi planejado por Fábio Sérgio Vitor em conjunto com sua esposa Valéria Gonçalves Teixeira, donos do guincho onde a vítima trabalhava.
Motivação do assassinato
O objetivo do crime era receber a indenização de um seguro de vida no valor de R$ 2 milhões contratado em nome de Paulo Sander Alves, que era funcionário da empresa. Valéria era beneficiária de 90% do valor, estimado em R$ 1,8 milhão.
Segundo a promotora Ana Flavia de Assis Ribeiro, o seguro de vida foi feito pelo casal em nome da vítima, que foi morta aproximadamente 20 dias depois da contratação. Os mandantes também foram denunciados, mas o processo deles ainda não foi julgado por ter sido desmembrado.
O casal foi preso nove meses após o crime durante a Operação Seguro Premiado, deflagrada pela Polícia Civil e Polícia Militar. O valor do seguro, no entanto, nunca chegou a ser pago devido às investigações que apontaram a motivação criminosa.
Como ocorreu o assassinato
O crime aconteceu em fevereiro de 2016. A vítima, que trabalhava na empresa do casal há cerca de quatro meses, foi atraída para o escritório enquanto estava de folga, sob a alegação de precisar resolver um problema.
No dia do crime, o porteiro do prédio foi avisado para buscar a vítima, acompanhado de outros suspeitos armados. A entrada dos criminosos foi facilitada por um terceiro funcionário da empresa, primo de uma das mandantes. Paulo Sander Alves foi morto a tiros dentro do estabelecimento.
O julgamento durou aproximadamente 13 horas e contou com atuação das promotoras Ana Flavia de Assis Ribeiro e Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, esta última designada pelo GAEJúri.
