Cão caramelo vira cúmplice em assalto no Meier: veículo é levado com motorista ainda dentro
Cão caramelo vira cúmplice em assalto no Meier

O que parecia ser mais um dia comum no movimentado Meier transformou-se rapidamente em uma cena de filme — daquelas que a gente só acredita vendo. Na tarde de quarta-feira, por volta das 15h, o bairro da Zona Norte do Rio testemunhou um crime que misturou o inesperado com o absurdo, tudo começando com um simples pedido de ajuda.

Um homem, descrito como moreno e vestindo roupas escuras, aproximou-se de um motorista de 49 anos estacionado na Rua Dias da Cruz. Mas ele não estava sozinho — trazia consigo um companheiro peludo: um cachorro vira-lata caramelo, desses que conquistam qualquer coração nas redes sociais.

"Preciso de uma carona para o veterinário, meu cachorro está passando mal", disse o sujeito, com ar de preocupação. Quem resistiria a um apelo desses, ainda mais com o animal ali, visivelmente abatido?

A reviravolta dramática

Mal o motorista — um trabalhador que preferiu não se identificar — abriu a porta para ajudar, a situação degringolou completamente. O que parecia ser um ato de solidariedade transformou-se em pesadelo em questão de segundos.

O homem, num movimento rápido como um raio, sacou uma arma. Não deu tempo nem para piscar. "Sai do carro!" — a ordem ecoou dentro do veículo, cortando o ar como uma faca. O assaltante, agora revelando suas verdadeiras intenções, não estava sozinho: tinha um cúmplice que surgiu do nada, como em um passe de mágica macabra.

E o cachorro? Ah, o pobre animal — que provavelmente nem sabia no que estava se metendo — foi simplesmente abandonado na calçada, deixado para trás como mero instrumento descartável do crime.

Fuga acelerada

O que aconteceu depois foi puro caos. Os bandidos, agora donos do veículo, não se contentaram em apenas roubar o carro. Levaram o motorista como refém, obrigando-o a permanecer no banco do passageiro enquanto aceleravam pelas ruas do bairro.

Imagine a cena: um cidadão comum, minutos antes parado tranquilamente, agora viajando contra sua vontade com dois criminosos armados. O desespero deve ter sido indescritível — aqueles minutos devem ter parecido uma eternidade.

Felizmente, em um momento de distração dos assaltantes, perto da Rua Vinte e Quatro de Maio, o motorista viu sua chance. Abriu a porta e pulou do carro em movimento, arriscando sua integridade física mas recuperando sua liberdade.

O que sobrou do crime

Além do carro — um GM Celta prata que sumiu na poeira da fuga — os bandidos levaram também o celular da vítima. Mas deixaram para trás algo muito pior: a sensação de vulnerabilidade e a lembrança de como a malandragem criminal está sempre inventando novas artimanhas.

A Polícia Militar foi acionada e circulou pela região, mas — surpresa? — os criminosos haviam evaporado. O caso agora está nas mãos da 19ª DP (Tomás Coelho), que tenta desvendar essa trama que mistura crueldade com criatividade criminosa.

O cachorro caramelo, pelo menos, foi resgatado por populares. Está bem, alimentado e — ironia das ironias — recebendo mais cuidados do que jamais recebeu de seu suposto "dono".

E o motorista? Fisicamente ileso, mas com a certeza de que, nos dias de hoje, até a imagem do simpático vira-lata caramelo — praticamente um símbolo nacional — pode ser usada como arma por quem não tem escrúpulos.