Um dia de extrema violência abalou uma prisão em Machala, no sudoeste do Equador, resultando na morte de 31 pessoas neste domingo (9). De acordo com as autoridades penitenciárias do país, os confrontos começaram na noite de sábado e se estenderam até a madrugada de domingo.
Detalhes da Tragédia
Os primeiros momentos de violência deixaram quatro mortos em decorrência de tiros e explosões. Horas depois, outras 27 pessoas foram encontradas mortas, a maioria vítima de asfixia. Moradores próximos ao presídio relataram ter ouvido disparos, explosões e pedidos de socorro vindos do interior do complexo por volta das 3h da manhã, horário local.
O Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) informou que, além das vítimas fatais, 33 presos e um policial ficaram feridos. Sete pessoas foram detidas durante a operação de contenção. As mortes, em sua maioria causadas por asfixia provocada por terceiros, indicam casos de estrangulamento e enforcamento.
Crise Carcerária no Equador
Segundo o SNAI, a origem da rebelião estaria ligada à iminente transferência de alguns detentos para uma nova prisão de segurança máxima, construída pelo governo do presidente Daniel Noboa na província de Santa Elena, que deve ser inaugurada ainda neste mês. As prisões equatorianas se tornaram centros de operação de facções rivais ligadas ao tráfico de drogas.
Desde 2021, os confrontos entre esses grupos já deixaram cerca de 500 mortos. Este não é um incidente isolado em Machala: no final de setembro, um confronto armado no mesmo presídio havia deixado 14 mortos, incluindo um agente penitenciário.
Contexto da Violência
Desde 2024, as forças armadas passaram a controlar o sistema prisional do país, após o governo declarar estado de conflito armado interno contra cerca de vinte organizações criminosas ligadas a cartéis internacionais. No entanto, em agosto, o controle de oito prisões, incluindo a de Machala, foi transferido novamente à polícia.
O episódio mais violento já registrado no sistema prisional equatoriano ocorreu em 2021, quando mais de 100 presos foram assassinados em uma penitenciária de Guayaquil. A crise carcerária no país continua a representar um dos maiores desafios de segurança pública para o governo equatoriano.
