Turquia acusa Netanyahu de genocídio em Gaza
A Turquia emitiu nesta sexta-feira, 7 de novembro de 2025, mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e outros 36 membros do governo israelense. As acusações incluem genocídio e crimes contra a humanidade cometidos de forma sistemática na Faixa de Gaza.
As acusações específicas
Em comunicado oficial, a Procuradoria Geral de Istambul detalhou os crimes alegados. Entre os casos citados está o assassinato de Hind Rajab, uma menina de seis anos que teria sido morta por soldados israelenses com 335 tiros em janeiro de 2024.
O documento afirma que a violência se intensificou significativamente após o início da guerra entre Israel e Hamas em outubro de 2023. A procuradoria listou vários incidentes específicos:
- Ataque ao Hospital Batista Al-Ahli em 17 de outubro de 2023, com aproximadamente 500 mortes
- Destruição deliberada de equipamentos médicos por soldados israelenses em 29 de fevereiro de 2024
- Bombardeio ao Hospital da Amizade Turco-Palestina em 21 de março de 2025
- Bloqueio humanitário que impediu o recebimento de ajuda na região
Interceptação da Flotilha Global Sumud
A procuradoria também abordou a interceptação da Flotilha Global Sumud em outubro de 2025. O comunicado menciona que entre os ativistas a bordo estavam a ambientalista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila.
As acusações relacionadas a este incidente incluem tortura, saque agravado, danos materiais, privação de liberdade e sequestro ou detenção de veículos de transporte.
Mandados formais emitidos
O Tribunal Criminal de Paz de Istambul expediu formalmente os mandados de prisão contra 37 suspeitos, incluindo além de Netanyahu, o ministro da Defesa Yisrael Katz, o ministro da Segurança Nacional Itamar Ben-Gvir, o chefe do Estado-Maior General Eyal Zamir e o comandante da Marinha David Saar Salama.
As acusações foram formalizadas com base no Artigo 76 (genocídio) e Artigo 77 (crimes contra a humanidade) do Código Penal turco.
O comunicado reconhece que os suspeitos não podem ser detidos imediatamente, pois não se encontram atualmente na Turquia.
Contexto internacional
Esta não é a primeira vez que Netanyahu enfrenta ordens de prisão internacional. Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia já havia emitido mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por acusações de crimes de guerra.
Vale ressaltar que o TPI não possui poder coercitivo direto, dependendo que países signatários cumpram as ordens caso os acusados entrem em seus territórios.
Desde o início do conflito, mais de 67 mil palestinos foram mortos, segundo dados mencionados no contexto das acusações.
