El Salvador e Venezuela fazem troca inédita: imigrantes por americanos detidos
El Salvador e Venezuela fazem troca inédita de cidadãos

Num daqueles acordos que parecem saídos de filmes de espionagem, El Salvador e Venezuela protagonizaram uma troca que deixou muita gente de sobrancelha em pé. De um lado, 92 imigrantes salvadorenhos que estavam retidos na terra de Bolívar. Do outro, 12 americanos que haviam caído nas malhas do sistema judiciário venezuelano.

Não foi um simples "toma lá, dá cá". A coisa teve cheiro de geopolítica pesada — daquelas que fazem diplomatas perderem o sono. O governo salvadorenho, que anda com uma fama de durão nas políticas migratórias, surpreendeu ao puxar essa negociação.

Os detalhes que fazem diferença

Os números contam uma história curiosa:

  • 92 cidadãos de El Salvador — muitos deles em situação migratória irregular — voltaram para casa
  • 12 norte-americanos, incluindo alguns que estavam detidos há anos, puderam deixar a Venezuela
  • A operação envolveu voos charter e um silêncio ensurdecedor de ambas as partes sobre os termos exatos

O que ninguém está dizendo, mas todo mundo percebe: isso tem gosto de mensagem política. Enquanto os EUA mantêm sanções econômicas contra a Venezuela, Maduro consegue mostrar que tem cartas na manga — e Bukele, por sua vez, reforça sua imagem de líder que não deixa seus cidadãos para trás.

Entre linhas

Especialistas em relações internacionais estão coçando a cabeça. "Não é todo dia que vemos esse tipo de negociação triangular", comenta um analista que preferiu não se identificar. O fato é que, num xadrez geopolítico cada vez mais complexo, até países menores estão aprendendo a jogar.

E os cidadãos comuns? Bem, esses provavelmente só querem recomeçar suas vidas. Os salvadorenhos retornam a um país que mudou muito nos últimos anos — mais seguro, mas também mais controlado. Os americanos, por sua vez, voltam para um país dividido internamente, mas que não costuma abandonar seus cidadãos no exterior.

Resta saber se esse será um caso isolado ou o início de um novo padrão nas relações internacionais da região. Como diria meu avô: "Quando os grandes brigam, os pequenos têm que se virar nos 30". E parece que alguns estão se virando melhor que outros.