Ataque perto da Casa Branca: 2 militares baleados, EUA suspendem imigração afegã
Ataque perto da Casa Branca: EUA suspendem imigração afegã

Ataque armado próximo à Casa Branca deixa dois militares feridos

Um tiroteio ocorrido nas proximidades da Casa Branca nesta quarta-feira (26) resultou em dois militares da Guarda Nacional baleados e levou o governo americano a tomar medidas drásticas sobre a imigração de cidadãos afegãos. O incidente aconteceu por volta das 14h30 no horário local (16h30 em Brasília), a poucos quarteirões da residência presidencial.

Os dois soldados atingidos durante o ataque encontram-se em estado grave, segundo informações das autoridades. O suspeito, identificado como Rahmanullah Lakanwal, de 29 anos, foi detido após troca de tiros com as forças de segurança e também ficou ferido, embora não haja informações detalhadas sobre seu estado de saúde.

Suspensão de imigração afegã e reação de Trump

Em resposta ao ataque, o Departamento de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos anunciou a suspensão por tempo indeterminado de todas as solicitações de imigração de residentes do Afeganistão. A decisão representa uma mudança significativa na política migratória americana em relação aos afegãos.

O presidente Donald Trump afirmou que o atirador é um imigrante afegão que entrou no país em 2021 e que atualmente está preso. Horas antes do anúncio oficial da suspensão, Trump já havia declarado que o país deveria "reexaminar cada estrangeiro que entrou nos EUA vindo do Afeganistão durante o governo Biden".

De acordo com investigações preliminares, Lakanwal chegou aos Estados Unidos com um visto especial destinado a afegãos que auxiliaram o governo americano durante a guerra. Esse benefício foi concedido a pessoas consideradas vulneráveis a represálias do Talibã após a retirada das tropas americanas do Afeganistão em 2021.

Segundo um funcionário do governo ouvido pela Reuters, o suspeito permaneceu nos Estados Unidos mesmo após vencer o prazo do visto e estava em situação irregular no momento do ataque.

Consequências imediatas e medidas de segurança

O ataque provocou uma série de medidas de segurança em toda a área governamental de Washington. A Casa Branca emitiu inicialmente um alerta vermelho, que indica potencial risco de vida dentro do complexo presidencial, posteriormente reduzido para alerta laranja.

Enquanto esteve em lockdown, ninguém pôde entrar ou sair da Casa Branca sem autorização do Serviço Secreto. Várias ruas próximas da sede do governo também foram interditadas, e a Agência de Aviação Civil dos EUA interrompeu temporariamente todas as decolagens do Aeroporto Nacional Ronald Reagan.

A prefeita de Washington, D.C., Muriel Bowser, caracterizou o ataque como "direcionado" contra os militares. As investigações iniciais indicam que o suspeito agiu sozinho, e as causas exatas do ataque ainda estão sendo apuradas.

Contexto da presença militar em Washington

Os militares atingidos fazem parte do contingente de mais de 2 mil soldados da Guarda Nacional mobilizado pelo presidente Donald Trump em agosto para patrulhar Washington. O presidente justificou o envio das tropas como parte de uma ofensiva contra o crime na capital.

A medida, no entanto, enfrentou resistência da prefeita Bowser, que classificou a intervenção como "alarmante e sem precedentes". Desde sua chegada, os soldados vêm patrulhando bairros, estações de trem e outros pontos da cidade, além de atuarem em barreiras nas estradas e na segurança de eventos esportivos.

Na semana passada, uma juíza federal determinou o fim da operação, mas suspendeu a própria ordem por 21 dias para que o governo Trump retire as tropas ou apresente um recurso.

As autoridades americanas investigam se o ataque pode ser caracterizado como um ato de terrorismo, embora ainda não tenham confirmado oficialmente essa possibilidade. O incidente ocorre em um contexto de tensões migratórias e debates sobre segurança nacional nos Estados Unidos.