
Parece que as grades do sistema prisional não vão abrir tão cedo para Ana Paula Oliveira, ou melhor, Ana Pink – nome que ficou famoso nas redes sociais. Nesta terça-feira, 26 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi categórico: liberdade negada. Por unanimidade, os ministros mantiveram a influenciadora digital atrás das grades.
O caso? Lavagem de dinheiro. E não foi pouco não. A quantia envolvida chega a assustar: aproximadamente R$ 1,3 milhão desviados dos cofres públicos de Serrana, cidade do interior paulista. O esquema tinha tudo – desvio, ocultação de bens, você name it.
A história toda começou em 2021, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Omertà. O nome até assusta, e com razão. A investigação revelou um roteiro complexo de crimes financeiros que ligava a prefeitura de Serrana à digital influencer.
Os detalhes que impressionam
Os investigadores descobriram que Ana Pink recebeu valores que, convenhamos, não combinavam nem um pouco com sua declaração de renda. Quase um milhão e trezentos mil reais! O dinheiro, segundo as provas, saía dos cofres municipais através de contratos de publicidade superfaturados – aquela velha história de pagar caro por serviço que não vale tudo isso.
E olha que criatividade: parte da grana foi parar na conta da empresa dela, a AP Publicidade e Eventos. Outra parte… bem, outra parte foi usada para adquirir bens de alto valor. Imagine só – um apartamento de luxo e até mesmo um carrão zero km entraram na lista de aquisições suspeitas.
A longa batalha judicial
A condenação inicial veio lá em 2023 – oito anos e nove meses de reclusão inicialmente em regime semiaberto. Mas aí que a coisa complica. O Tribunal de Justiça de São Paulo deu uma olhada no caso e pensou: «semiaberto? Não tão rápido». Eles determinaram a prisão em regime fechado, considerando a gravidade dos crimes e – pasmem – o risco de Ana Pink fugir ou obstruir a investigação.
E não é que eles tinham razão? A defesa tentou de tudo para reverter a situação. Primeiro, no TJ-SP, sem sucesso. Depois, no próprio STJ, alegando que não havia mais perigo de ela atrapalhar as investigações. Os ministros, no entanto, não compraram essa ideia.
«A manutenção da prisão é necessária para garantir a ordem pública», afirmou o ministro João Otávio de Noronha, relator do caso. Frase curta, direta e que deve ter soado como uma sentença definitiva para Ana Pink.
O que esperar agora?
Com a decisão do STJ, a influenciadora continua no Centro de Progressão Penitenciária de Serrana. Seus advogados ainda podem recorrer – claro, sempre podem – mas as opções estão ficando cada vez mais escassas. Resta saber se tentarão chegar ao Supremo Tribunal Federal, though that seems like a long shot at this point.
O caso de Ana Pink serve como daquele alerta – um daqueles bem barulhentos. Mostra que as redes sociais podem criar uma aura de impunidade, mas que a Justiça, ainda que lentamente, acaba alcançando. E quando alcança, cobra o preço.
Enquanto isso, em Serrana, a população deve estar se perguntando como tantos recursos públicos foram parar nas mãos de uma única pessoa. Pergunta justíssima, diga-se de passagem.