
Imagine atender o telefone e ouvir a voz da sua mãe desesperada, dizendo que foi sequestrada. Foi exatamente o que aconteceu com uma jovem em Goiânia — só que a voz nem era da mãe dela. Uma imitação perfeita, um teatro cruel que resultou na perda de R$ 150 mil.
Os criminosos, mestres na arte da manipulação, usaram tecnologia de voz para enganar a vítima. "Eles sabiam detalhes íntimos, como eu chamo minha mãe em particular", contou a jovem, ainda abalada. Em minutos, convenceram-na de que a vida da mãe dependia de um depósito imediato.
O passo a passo da armadilha
- Ligação inesperada: Número desconhecido, voz alterada simulando choro
- Pressão psicológica: Ameaças veladas com prazos absurdamente curtos
- Detalhes convincentes: Uso de informações provavelmente vazadas em redes sociais
- Isolamento: Ordem para não contatar outros familiares ou a polícia
O delegado responsável pelo caso, que prefere não se identificar, explica: "Esses golpistas estudam suas vítimas como atores estudam um roteiro". Aparentemente, o grupo opera há meses na região, sempre mudando táticas.
Como não cair nessa?
- Desconfie de qualquer pedido de dinheiro urgente
- Crie uma palavra-código familiar para situações de emergência
- Nunca, jamais faça transferências sem confirmar pessoalmente
- Denuncie imediatamente — quanto mais rápido, maior chance de rastrear
Curiosamente, segundo dados da Polícia Civil, esse tipo de crime aumentou 73% no último semestre em Goiás. E olha que os bandidos nem precisam de tecnologia avançada — muitas vezes usam apenas gravações antigas de redes sociais.
No caso específico, a família está tentando reaver parte do valor através do banco. Mas as chances? Francamente, mínimas. "É como tentar achar agulha no palheiro digital", brincou sem graça um perito em fraudes.