
Parece coisa de filme de ficção científica, mas é a mais nova realidade no mundo do crime digital. A Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro soou o alarme para um golpe que está deixando muita gente com os cabelos em pé. E o pior: usando tecnologia de ponta que até pouco tempo atrás parecia distante.
O que está rolando? Basicamente, os meliantes estão usando inteligência artificial para clonar vozes de familiares. Sim, você leu direito. Eles reproduzem com uma precisão assustadora a voz de alguém da sua família — geralmente filhos ou pais — para aplicar o velho golpe do falso sequestro, só que agora com um upgrade tecnológico sinistro.
Como o golpe funciona na prática
Imagine seu telefone tocando. Do outro lado, uma voz que você juraria ser do seu filho, chorando e dizendo que foi sequestrado. O coração para, né? Aí entra um suposto sequestrador ameaçando machucar seu ente querido se você não fizer um Pix na hora. A pressão psicológica é brutal.
O que pouca gente sabe é que os criminosos precisam de apenas alguns segundos de áudio da pessoa que querem imitar. E de onde conseguem isso? Das nossas próprias redes sociais — aqueles stories do Instagram, vídeos no WhatsApp, comemorações familiares. Tudo vira material para o crime.
O caso que assustou o Rio
Na última terça-feira, um empresário de Copacabana quase caiu nessa. Recebeu uma ligação às 14h30 com a voz "idêntica" — segundo ele — da filha, dizendo estar em poder de bandidos. Pediram R$ 5.000 de resgate. Sortudo ou esperto, ele conseguiu ligar para a verdadeira filha e descobriu que era armação.
"Fiquei em pânico. A voz era exatamente a dela, o jeito de falar, tudo. Só não percebi na hora porque estava desesperado", contou o empresário, que preferiu não se identificar.
Como se proteger dessa enrascada?
A polícia dá algumas dicas que podem fazer a diferença entre perder seu dinheiro ou não:
- Respire fundo — mantenha a calma mesmo com o coração saindo pela boca
- Não faça pagamentos — nenhum bandido de verdade vai aceitar Pix como resgate
- Tente contato — ligue ou mande mensagem para a pessoa supostamente sequestrada
- Pergunte coisas específicas — faça questões que só o familiar saberia responder
- Denuncie — Disque Denúncia: 2253-1177 (Rio) ou 181 (todo estado)
E tem mais: cuidado com o que você posta nas redes. Aqueles vídeos fofos podem ser uma mina de ouro para os golpistas. Melhor pensar duas vezes antes de compartilhar demais.
O que as autoridades estão fazendo?
A Secretaria de Segurança já está de olho nessa nova modalidade e trabalha em parceria com especialistas em tecnologia para rastrear esses crimes. Mas a verdade é que a prevenção ainda é nossa maior arma.
No fim das contas, a tecnologia avança — tanto para o bem quanto para o mal. E nós temos que correr atrás para não ficarmos para trás. Fica o alerta: na dúvida, desconfie. Melhor passar por paranóico do que passar vergonha — ou pior, perder dinheiro.