
Quem diria que, em plena era digital, um banco brasileiro viraria alvo do maior ataque hacker da história do país? Pois é. Passado um mês do episódio que deixou o mercado financeiro de cabelo em pé, o Banco BMP finalmente tem boas notícias para compartilhar.
Dos R$ 541 milhões que sumiram das contas como num passe de mágica — ou melhor, de malware — metade já voltou para os cofres. Isso mesmo: R$ 270,5 milhões recuperados, graças a uma operação que misturou rastreamento digital, cooperação internacional e, claro, muita pressa.
Como o dinheiro voltou?
Detalhes do resgate financeiro lembram até roteiro de filme policial:
- Rastreamento em tempo real: Equipes especializadas seguiram o rastro digital pelos meandros da dark web
- Bloqueios judiciais: Juízes de três países emitiram ordens para congelar contas suspeitas
- Pressão sobre exchanges: Corretoras de criptomoedas foram obrigadas a devolver ativos identificados
"Ainda não está tudo resolvido", admite um executivo do banco que preferiu não se identificar. "Mas recuperar 50% em 30 dias? Na velocidade do crime digital, isso é quase um milagre."
O que ainda preocupa
Por trás dos números otimistas, há um elefante na sala: os outros R$ 270 milhões seguem desaparecidos. E pior — espalhados por uma rede de carteiras digitais em pelo menos 12 jurisdições diferentes.
Especialistas em segurança cibernética ouvidos pela reportagem são cautelosos:
- Parte do valor pode já ter sido "lavado" através de mixers de criptoativos
- Rastros digitais ficam mais frios a cada dia que passa
- Alguns criminosos podem estar em países sem cooperação jurídica
"É como tentar recuperar areia entre os dedos", compara um analista, pedindo anonimato. "Quanto mais tempo passa, mais difícil fica."
Enquanto isso, o BMP reforçou seu firewall e agora gasta 40% mais em segurança digital. Lição aprendida? Só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: o caso vai virar material de estudo em cursos de cibersegurança pelos próximos anos.