
Numa operação que misturou crueldade animal e tráfico, a Polícia Civil de Itupeva, interior de São Paulo, desbaratou um esquerta sinistro nesta terça-feira (20). Não era apenas um ponto de drogas – era um cenário de horror para dezenas de galos, forçados a lutar até a morte para entretenimento de apostadores.
Pois é, gente. Às vezes a realidade supera qualquer ficção sombria. Lá estavam eles, os animais, muitos com ferimentos graves e sinais claros de mutilação – as cristas cortadas, as esporas serradas para receber lâminas metálicas. Uma prática medonha, arcaica, que te faz questionar a humanidade de alguns.
O que a polícia encontrou no local?
O cenário era digno de um filme de terror. Além dos 31 galos resgatados – alguns à beira da morte –, os agentes se depararam com:
- Uma arena improvisada, um círculo de violência onde as lutas eram realizadas.
- Vasilhames plásticos cheios de uma ração suspeita, possivelmente misturada a estimulantes para deixar os animais mais agressivos. Que absurdo!
- Instrumentos de tortura: serras, lâminas e afiadores usados para 'preparar' as aves para o combate.
- E, é claro, as drogas. 92 pinos de crack, 49 porções de maconha prontas para venda. O crime, como sempre, não vem sozinho.
Dois homens, de 41 e 21 anos, foram detidos no local. Um deles, vejam só, já tinha passagem por... adivinhem? Tráfico de drogas. O outro, um adolescente, foi apreendido e levado para a delegacia. A justiça, ainda que lentamente, começa a agir.
Além da rinha: o suborno falhou
E tem mais. De acordo com os policiais, um dos suspeitos tentou a velha cartada desesperada: ofereceu R$ 5 mil para que os agentes simplesmente fossem embora e fingissem que não viram nada. Como se o preço da dignidade e do cumprimento do dever fosse tão barato. A proposta foi, obviamente, recusada com veemência. Ainda bem!
Os dois adultos agora respondem por uma enxurrada de crimes. A lista é longa: associação ao tráfico, posse ilegal de drogas para venda, corrupção ativa (a tentativa de suborno), maus-tratos animais e, claro, promoção e realização de rinha. É muita coisa.
Os animais resgatados, pobres coitados, foram encaminhados para o Canil Municipal de Itupeva. Eles passarão por avaliação veterinária e, quem sabe, poderão ter uma segunda chance – longe da brutalidade e do sofrimento imposto por mãos humanas.
Uma operação como essa deixa um gosto amargo. Mostra um submundo que insiste em existir, mas também mostra que há quem esteja disposto a combatê-lo. Um alívio e um desespero ao mesmo tempo.