O que era para ser um lar tornou-se uma cena de horror. É assim que podemos descrever a situação encontrada por fiscais do Departamento de Proteção Animal de Presidente Prudente numa residência do Jardim Morada do Sol. O tutor — se é que podemos chamar assim — mantinha seus cães em condições que beiram o inacreditável.
Dois animais, completamente desprovidos do mínimo de dignidade. Sem água, sem comida, vivendo no meio de suas próprias fezes. O cheiro, segundo relatos, era insuportável. A sujeira, generalizada. Uma verdadeira afronta à vida.
Não bastasse a negligência com as condições básicas de higiene, um dos cães apresentava algo que chocou até os agentes mais experientes: uma ferida aberta, exposta, claramente negligenciada. A dor do animal era visível, um silêncio gritante diante do sofrimento imposto por quem deveria protegê-lo.
As consequências começam a chegar
A resposta da prefeitura foi rápida — pelo menos no aspecto administrativo. O proprietário dos animais já foi atingido por uma multa pesada: R$ 6 mil. Um valor considerável, sem dúvida, mas que muitos questionam se é suficiente para coibir esse tipo de conduta cruel.
Mas a história não termina aí. Longe disso. O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um inquérito civil para apurar o caso com mais profundidade. E, pasmem, o tutor também vai responder criminalmente. Isso mesmo. A Promotoria de Justiça da Comarca de Presidente Prudente instaurou um procedimento preparatório, que é o primeiro passo para uma possível ação penal.
Ou seja, além do prejuízo no bolso, o indivíduo pode enfrentar as consequências perante a lei. Crime de maus-tratos não é brincadeira — é previsto na legislação com penas que podem incluir detenção.
E os animais?
Ah, os verdadeiros protagonistas dessa triste história! Eles foram resgatados imediatamente pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Foram levados para um local seguro, onde finalmente receberam os cuidados veterinários urgentes que necessitavam — incluindo tratamento para a ferida grave.
O destino deles agora é incerto, mas infinitamente mais promissor do que o 'lar' de onde vieram. Provavelmente, após a recuperação, serão colocados para adoção responsável, ganhando a chance de uma vida digna que lhes foi roubada.
Este caso serve como um alerta brutal. A posse de um animal é uma responsabilidade gigantesca, um compromisso com uma vida que depende inteiramente de você. Negligenciar isso não é apenas uma falha moral — é crime, e a sociedade, felizmente, está começando a cobrar um preço por isso.
