A cena era de cortar o coração de qualquer um. Lá estava ele, um cachorro — que deveria ser um companheiro leal — reduzido a pele e osso, com sangramentos visíveis na boca e na pata. O que aconteceu dentro daquela casa em São José do Rio Preto vai muito além da simples negligência; cheira a pura crueldade.
E pensar que alguém consegue dormir em paz sabendo que um ser vivo depende totalmente de você para sobreviver... Mas essa história tem um desfecho que, pelo menos, traz algum alívio.
O resgate que salvou uma vida
Neste sábado (5), por volta das 14h, a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência na Rua Antônio Prado. O que os agentes encontraram no local era, francamente, deprimente. O animal — uma vítima silenciosa — estava confinado, sem acesso a comida ou água. Os sangramentos eram evidentes, e seu estado geral era de total abandono.
Imagino a mistura de alívio e dor que o bicho deve ter sentido quando os policiais chegaram. Finalmente, alguém estava fazendo algo.
Quem é o suspeito?
O homem detido tem apenas 19 anos — um jovem que, em tese, deveria ter compaixão. Ele foi levado para a Delegacia de Polícia, onde a ficha começou a cair. O que se passa na cabeça de alguém que comete esse tipo de ato? É difícil entender.
O pior de tudo: ele nem era o tutor original do animal. Sim, você leu certo. O verdadeiro dono havia viajado e deixou o cachorro sob os cuidados desse rapaz. A confiança foi quebrada da maneira mais brutal possível.
E o cachorro? Como está agora?
A boa notícia — se é que podemos chamar assim — é que o animal foi resgatado a tempo. Ele recebeu os primeiros socorros no local e depois foi encaminhado para atendimento veterinário especializado. Ainda bem, porque duvido que aguentaria muito mais tempo naquelas condições.
Os policiais relataram que o cão apresentava "sangramento na boca e na pata", além da desnutrição óbvia. Uma imagem que, tenho certeza, ficará marcada na memória de todos os envolvidos no resgate.
O que diz a lei?
Maus-tratos contra animais é crime, e ponto final. A Lei 14.064/20 aumentou consideravelmente as penas para esse tipo de barbárie — algo entre dois a cinco anos de reclusão, além de multa. E não adianta tentar se esconder atrás de desculpas esfarrapadas.
O caso agora está nas mãos da Justiça. O jovem responde por maus-tratos, e torço para que a lei seja aplicada com todo o rigor. Afinal, animais não têm voz — dependem de nós para defendê-los.
Enquanto isso, o cachorro — cujo nome sequer sabemos — luta pela recuperação. Uma história triste, sim, mas que serve de alerta: a crueldade humana, infelizmente, não tem limites. Mas também não pode ficar impune.
