
Uma cena que corta o coração. Dessa vez, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Quatro pequenas vidas, frágeis e indefesas, tratadas como se fossem resto de comida, algo descartável. Aconteceu no bairro Jardim Aviação, num daqueles dias que começam normal e termina com a fé na humanidade abalada.
Imagina só: uma sacola de lixo comum, daquelas pretas, jogada num terreno baldio. Dentro, movimento. Alguém com olhos mais atentos percebeu que aquilo mexia — e não era vento. Ao abrir, a surpresa que vira revolta: quatro filhotes de gato, todos bem novinhos, tentando sobreviver naquele escuro sufocante.
O resgate que veio a tempo
Por sorte — se é que podemos chamar assim —, o caso chegou até a ONG Anjos de Patas. Eles não pensaram duas vezes. Correram para o local na segunda-feira, 7 de outubro, por volta das 14h. O que encontraram? Os bichinhos, assustados, mas vivos. Milagre, considerando o calor e a falta de ar dentro daquela prisão de plástico.
"É de cortar o coração ver algo assim", disse uma das voluntárias, com a voz embargada. "Como alguém consegue fazer isso com criaturinhas tão inocentes? É uma crueldade sem explicação."
E agora, o que acontece?
Os quatro sobreviventes foram levados para um lar temporário. Estão recebendo todos os cuidados — comida, água, carinho (muito importante). A previsão é que, quando estiverem mais fortes, sejam disponibilizados para adoção. Quem sabe não conseguem uma família de verdade, que os trate com o respeito que merecem?
Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: quem fez isso? A Polícia Militar Ambiental já foi acionada e investiga o caso. Abandonar animais é crime, gente! A Lei 9.605/98 é bem clara sobre isso — pode dar até em detenção. Mas, convenhamos, nenhuma punição parece suficiente diante de tamanha falta de humanidade.
O que me deixa pensando: será que a pessoa que cometeu esse ato monstruoso para e reflete sobre o que fez? Ou simplesmente segue a vida como se nada tivesse acontecido? Difícil entender a mente de quem trata seres vivos como lixo.
Se tem uma coisa que casos como esse mostram — e infelizmente não é o primeiro nem será o último — é que precisamos falar mais sobre posse responsável. Adotar um animal não é brincadeira, não é coisa temporária. É compromisso, é cuidar, é amar. E se por algum motivo não der mais para ficar com o bicho, existem alternativas. Jogar numa sacola plástica não é, nunca foi e nunca será uma delas.
Que esses quatro guerreiros de pelagem encontrem o amor que lhes foi negado. E que quem fez isso com eles um dia entenda o peso de suas ações. Até lá, seguimos na torcida — e na luta — por um mundo mais gentil com nossos amigos de quatro patas.