Um evento realizado durante a COP30 reuniu especialistas e representantes de países amazônicos para debater a implementação da sociobioeconomia como modelo de desenvolvimento sustentável para a região. O encontro aconteceu na quarta-feira, 12 de novembro de 2025, e contou com a participação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica e diversas instituições.
O que é sociobioeconomia?
A proposta central discutida no evento busca integrar práticas produtivas que mantenham a floresta em pé, conciliando a conservação ambiental com a geração de renda para comunidades locais. O conceito prioriza a inclusão social e a valorização dos recursos naturais de forma sustentável.
Luiz Brasi Júnior, gerente da Rede Origens Brasil/Imaflora, destacou que o Brasil apresentou soluções que podem servir de inspiração para outros países amazônicos, como Venezuela, Peru e Colômbia. "Foi uma discussão que trouxe como o Brasil está criando soluções e caminhos para incluir a produção de populações indígenas, de povos indígenas, de populações tradicionais, como quilombolas, extrativistas, na economia", afirmou o especialista.
Programas de sucesso brasileiros
Entre as iniciativas citadas como exemplos bem-sucedidos estão programas públicos como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Esses programas funcionam como pontes entre empresas e produtores locais, garantindo mercado para produtos sustentáveis.
Brasi reforçou que a sociobioeconomia vai além de um conceito teórico, representando uma prática concreta que protege a floresta enquanto valoriza modos de vida tradicionais. "Uma produção que você consegue coletar produtos mantendo a proteção florestal, por exemplo, e junto com comunidades tradicionais e povos indígenas que coletam essas produções, mas também de agricultura familiar que produzem em sistemas agroflorestais", detalhou.
Impacto na região amazônica
A implementação da sociobioeconomia representa uma mudança de paradigma no desenvolvimento da Amazônia. O modelo proposto reconhece que a conservação da floresta e o bem-estar das comunidades são interdependentes.
As discussões na COP30 demonstraram que é possível construir uma economia que não apenas respeite, mas fortaleça as relações entre seres humanos e natureza. Esta abordagem inclui desde o extrativismo sustentável até sistemas agroflorestais manejados por agricultores familiares.
O encontro concluiu que a sociobioeconomia oferece um caminho viável para conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental, garantindo que as futuras gerações possam usufruir dos benefícios da maior floresta tropical do mundo.