A Conferência do Clima das Nações Unidas de 2025 (COP30) marcou história ao inaugurar, pela primeira vez, um espaço dedicado exclusivamente à ciência dentro da Zona Azul, área restrita a participantes oficiais do evento. O Pavilhão de Ciência Planetária representa uma mudança significativa na abordagem das negociações climáticas globais.
Investimento ambicioso para metas climáticas
O grande desafio financeiro da COP30 ficou claro desde o início: levantar 1,3 trilhão de dólares por ano para acelerar as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris. Este montante colossal é considerado essencial para implementar ações transformadoras capazes de alterar efetivamente o cenário do aquecimento global.
Segundo a organização do evento, a necessidade urgente de recursos não deve ofuscar o papel fundamental do conhecimento científico na missão climática. Por isso, a presidência da COP30 estabeleceu o Pavilhão da Ciência Planetária como elemento central de sua visão estratégica.
Liderança científica de excelência
O pavilhão é co-presidido por duas autoridades reconhecidas internacionalmente: Johan Rockström, diretor do Instituto de Pesquisa sobre o Impacto Climático de Potsdam, e Carlos Nobre, Planetary Guardian e co-presidente do Painel Científico para a Amazônia. Esta dupla traz credibilidade científica e experiência prática para as discussões.
A localização do espaço na Zona Azul demonstra a compreensão da presidência da COP30 sobre a necessidade de um sistema integrado, onde natureza, clima e sociedade são entendidos como elementos interconectados. A saúde humana não pode mais ser dissociada da saúde do planeta, conforme enfatizam os organizadores.
Programação intensa e diversificada
O Pavilhão de Ciência Planetária abrigará uma agenda carregada de atividades, incluindo:
- Painéis de especialistas internacionais
- Mesas-redondas multidisciplinares
- Lançamentos de documentos de política pública
- Eventos temáticos específicos
A abertura oficial ocorreu na segunda-feira, 10 de novembro de 2025, às 17h, com o lançamento do livro A Era da Natureza (Becoming Nature Positive). A programação inclui dias dedicados especialmente à Amazônia e à biodiversidade, temas considerados centrais para uma COP realizada no Brasil.
Marina Hirota, membro do comitê de programação do Pavilhão e do conselho científico da COP30, destacou que o espaço reúne pessoas e saberes científicos de todo o mundo, integrando também outros sistemas de conhecimento, como o indígena e o local.
Ana Toni, CEO da COP30, resumiu o espírito do pavilhão ao afirmar: A ciência deve guiar nosso caminho para um planeta habitável. A COP30 será a COP da verdade, onde evidência, integridade e cooperação moldarão cada decisão que tomamos pelo futuro da humanidade.
Esta iniciativa pioneira materializa a convicção da organização de que a ciência deve ocupar o centro de todas as decisões planetárias, estabelecendo um novo paradmetro para as conferências climáticas futuras.