Amazônia em números: desmatamento cai 50%, mas degradação dispara nos últimos 2 anos
Amazônia: desmatamento cai 50%, mas degradação dobra

Parece contraditório, mas é o que os números mostram: enquanto o desmatamento na Amazônia Legal despencou pela metade nos últimos 24 meses, a degradação florestal — aquela destruição mais silenciosa — deu um salto assustador de 120%. Quem diria, né?

Os dados, que acabam de ser divulgados, pintam um cenário complexo. De um lado, boas notícias — afinal, menos árvores sendo derrubadas é sempre motivo para comemorar. Mas do outro... bom, aí a coisa complica.

O lado bom da história

Os esforços de fiscalização parecem estar dando resultado. Com operações mais frequentes e tecnologia de monitoramento, o corte raso de vegetação caiu para níveis que não se via há anos. "É uma vitória importante, mas frágil", admite um especialista que prefere não se identificar.

Detalhe curioso: as áreas protegidas foram as que apresentaram melhores resultados. Terras indígenas e unidades de conservação registraram quedas ainda mais expressivas — algo em torno de 60%.

O problema que ninguém vê

Agora, prepare-se para a parte que dói. Enquanto todo mundo ficava de olho nas grandes derrubadas, a degradação florestal — aquela destruição por fogo, exploração seletiva de madeira e outros processos menos visíveis — simplesmente explodiu.

"É como comparar um infarto com um câncer", explica uma pesquisadora do INPE. "Um chama atenção pelo impacto imediato, o outro vai minando aos poucos — e pode ser ainda mais perigoso no longo prazo."

Os motivos? Bom, aí a lista é grande:

  • Focos de calor aumentaram 85% nas bordas das áreas protegidas
  • Exploração ilegal de madeira nobre segue firme e forte
  • O avanço "pé de galinha" de pequenos desmatamentos que somados causam estrago

E tem mais — como se não bastasse, os especialistas alertam que esse tipo de degradação pode ser o prenúncio de desmatamentos futuros. "Áreas degradadas são mais vulneráveis", explica um técnico do IBAMA. "É como se estivessem marcadas no mapa dos grileiros."

E agora, José?

O desafio, segundo os especialistas, é lidar com os dois problemas ao mesmo tempo. Manter a fiscalização pesada contra o desmatamento tradicional, claro, mas também desenvolver novas estratégias contra essa destruição sorrateira.

Tecnologia pode ser uma aliada — imagens de satélite de alta resolução já conseguem identificar até pequenas áreas de degradação. Mas falta pessoal no campo para agir rápido quando os alertas chegam.

Enquanto isso, a floresta segue seu caminho de resistência. Com menos desmatamento, mas mais degradação, o futuro da Amazônia continua na corda bamba entre avanços e retrocessos. E você, o que acha que deveria ser prioridade nessa equação complexa?