O governador do Amazonas, Wilson Lima, fez um anúncio histórico durante sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), estabelecendo metas ousadas para transformar a matriz energética do estado.
Metas ambiciosas para 2030
O principal compromisso assumido pelo governo estadual é reduzir em 50% o uso de diesel até 2030, um objetivo que representa um marco na política ambiental da região. A iniciativa faz parte da Política Estadual de Transição Energética (PETEN), que também prevê a eliminação da pobreza energética no mesmo período.
Wilson Lima foi enfático ao declarar durante a abertura do Hub Amazônia, em Belém: "O que a gente espera dessa COP é que se possam trazer resultados pragmáticos e que todo o aporte de recursos chegue ao pessoal da comunidade, que é quem verdadeiramente protege a floresta. Se a COP não couber na Amazônia, ela precisa ser repensada".
Projetos concretos em andamento
O governo do Amazonas chega à conferência internacional com uma série de programas já implementados, demonstrando que as promessas vêm acompanhadas de ações concretas. Entre os destaques apresentados estão:
Primeiro contrato de REDD+ em Unidade de Conservação, assinado para o Parque Estadual Sucunduri, em Apuí, com potencial de movimentar R$ 590 milhões em 30 anos.
Plano Estadual de Bioeconomia, construído com participação dos 62 municípios, que consolida o Amazonas como polo de economia de baixo carbono.
Programa Amazonas ECOLar, projeto de habitação sustentável com casas produzidas a partir de resíduos plásticos reciclados, em parceria com a empresa colombiana Conceptos Plásticos. O investimento é de R$ 6,9 milhões, com centro de reciclagem em Manaus e capacidade de processar 60 toneladas por mês.
Bases científicas para o futuro
O governo também apresentou o Inventário de Emissões Atmosféricas, um estudo inédito sobre gases de efeito estufa (CO₂, CH₄ e N₂O) que servirá de base para políticas de mitigação e controle da poluição do ar.
Além disso, os Portfólios da Fapeam reúnem R$ 900 milhões em investimentos entre 2019 e 2025, com mais de 20 mil projetos de pesquisa apoiados, incluindo 108 estudos sobre mudanças climáticas, biodiversidade e inovação social.
Wilson Lima finalizou reforçando o papel do Amazonas como referência mundial: "O Amazonas não veio à COP apenas para debater, mas para apresentar resultados concretos. Estamos mostrando que é possível proteger a floresta e melhorar a vida de quem vive nela".