
Não é todo dia que a gente vê uma cena dessas — e olha que Florianópolis já está acostumada com visitas inesperadas. Dessa vez, porém, o que chegou às praias não foi turista, mas sim 371 pinguins, muitos deles em estado lastimável. Só em julho, quase 90% já estavam mortos quando foram encontrados. Um baque e tanto para quem ama a natureza.
Os números são alarmantes, e a pergunta que não quer calar: o que está acontecendo? Especialistas do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) estão de olho no caso. Eles acreditam que fatores como correntes marítimas anormais, poluição e até mesmo a pesca predatória podem estar por trás dessa tragédia.
Um mês de surpresas (e tristezas)
Julho foi um mês atípico. Enquanto alguns curtiram o inverno tranquilo, outros se depararam com cenas de cortar o coração. Os pinguins-de-Magalhães, espécie comum na região, apareceram em praias como:
- Praia do Campeche
- Praia da Armação
- Praia do Moçambique
E não foi só em um ou dois pontos — a coisa se espalhou. Dos 371 animais, apenas 40 chegaram vivos aos centros de reabilitação. Uma sobrevivente, inclusive, ganhou até nome: Esperança. Ela está se recuperando, mas ainda precisa de cuidados intensivos.
O que dizem os especialistas?
"É como se o mar estivesse mandando um SOS", comenta um biólogo que prefere não se identificar. Ele explica que, normalmente, os pinguins seguem cardumes de peixe — mas, quando algo dá errado, eles se perdem e acabam nas praias, exaustos e desnutridos.
Outro ponto que chama atenção: a maioria dos encalhes aconteceu em dias de mar agitado e temperaturas baixíssimas. Será que o clima está virando contra eles? Difícil dizer, mas uma coisa é certa: o time de resgate está trabalhando no limite.
E agora?
Se você encontrar um pinguim na praia, não tente ajudar sozinho. A dica é ligar para o PMP-BS (0800-642-3341) e esperar a equipe especializada. Esses bichos são frágeis, e qualquer erro pode piorar a situação.
Enquanto isso, pesquisadores correm contra o tempo para entender o fenômeno. Será um alerta do oceano? Um acaso da natureza? Ou o resultado de anos de descaso ambiental? Florianópolis — e o mundo — aguardam respostas.