COP 30: Manifestantes cobram inclusão de vulneráveis em negociações
COP 30: Protesto por inclusão na Blue Zone

Protesto histórico na Blue Zone da COP 30

Uma manifestação multinacional ocupou os corredores da Blue Zone da COP 30 nesta terça-feira (11), reunindo representantes de 45 países diferentes. O protesto aconteceu na área restrita da conferência onde ocorrem as negociações oficiais sobre o clima, com participantes exigindo maior inclusão das populações mais vulneráveis nas discussões decisivas.

O ato simbólico pela natureza

Em uma grande roda formada no corredor que dá acesso às salas de reuniões e delegações, os manifestantes seguravam faixas e cartazes com mensagens pela preservação ambiental. A apresentação incluiu canto coletivo e uma performance de dança, onde uma dançarina revelou palavras sobre a proteção da natureza ao abrir sua saia durante a apresentação artística.

Com a transição energética como um dos temas centrais desta Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o grupo defendeu que comunidades mais afetadas pelas mudanças climáticas precisam ter voz ativa nos processos de decisão. Eles pediram que a COP 30 adote mecanismos mais participativos nas negociações.

A voz das comunidades vulneráveis

Sinéad Magner, representante irlandesa da organização de mulheres para o meio ambiente e desenvolvimento, explicou ao g1 a importância da participação igualitária: "A principal discussão é fazer com que mesmo países menos desenvolvidos possam conseguir a transição energética de uma forma eficiente, para que seja igual durante o processo".

Ela destacou ainda que "para alguns países, financiar uma iniciativa como essa pode ser um pouco desafiador por questões financeiras para implementar uma transição que faça a sociedade ficar melhor. Esse mecanismo vai fazer ficar mais fácil e fazer o processo ficar mais disponível, mais similar, com diferentes projetos".

Magner enfatizou o alcance global das decisões tomadas na conferência: "As negociações aqui podem mudar as vidas e os caminhos de vários lugares".

Arte e ativismo marcam presença em Belém

Além da manifestação dentro da Blue Zone, Belém testemunhou outras formas de protesto climático. Na noite de segunda-feira (10), uma projeção artística em um prédio próximo à Avenida Presidente Vargas chamou a atenção de transeuntes, marcando o encerramento do primeiro dia da COP 30.

A intervenção, iniciativa da Oxfam Brasil em parceria com a Aliança dos Povos pelo Clima, exibia a mensagem: "O tempo para fazer justiça climática está acabando. Os culpados pela crise devem pagar a conta".

O projeto incluiu uma cobra cenográfica instalada no chão que interagia com as imagens projetadas na fachada do edifício, referência ao slogan "A gente cobra" utilizado pela Aliança dos Povos pelo Clima em suas campanhas ambientais.

Outras manifestações do primeiro dia

A COP 30 presenciou diversos atos de protesto desde sua abertura:

  • Manifestantes mexicanos se deitaram cobertos por lençóis em frente ao local da conferência, protestando contra a morte de ativistas ambientais
  • Na Pedra do Peixe, no Complexo do Ver-o-Peso, houve um ato reivindicando a proteção dos manguezais amazônicos
  • Protestos alertaram para os riscos da exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Estes eventos demonstram a diversidade de vozes e preocupações que buscam espaço nas discussões sobre o futuro do planeta durante a COP 30 em Belém.