Antes de dar seus frutos doces e levemente ácidos, a guavira presenteia o Cerrado com uma espetacular florada que colore a paisagem durante a estiagem. Este fenômeno da natureza precede o amadurecimento do fruto símbolo de Mato Grosso do Sul, que será tema central de um importante evento em novembro.
Evento celebra potencial da fruta nativa
Nos dias 13 e 14 de novembro, Campo Grande se transforma na capital nacional da guavira ao sediar o 8º Seminário Estadual da Guavira. O tema desta edição é "Bioeconomia e Mudanças Climáticas: cultivando biodiversidade e fortalecendo comunidades", destacando o papel estratégico desse fruto típico do Cerrado.
O encontro, que tem participação gratuita com emissão de certificado, visa explorar o potencial da guavira como alternativa sustentável para conservação ambiental e desenvolvimento econômico regional. A fruta se destaca não apenas pelo sabor característico, mas também pela notável capacidade de resistir a queimadas, uma característica valiosa em um bioma frequentemente ameaçado por incêndios.
Programação completa e Feira Pé di Guavira
Além dos debates e apresentações técnicas, o evento contará com a Feira "Pé di Guavira", onde produtores locais vão expor e comercializar derivados da fruta e outros alimentos regionais. Esta é uma oportunidade para o público conhecer a diversidade de produtos que podem ser desenvolvidos a partir da guavira.
No primeiro dia de programação, os participantes poderão acompanhar a mesa de abertura, apresentação de trabalhos e os painéis "Mudanças Climáticas e Impacto na Biodiversidade" e "Bioeconomia, um agente da inovação e conservação da biodiversidade".
O segundo dia reserva atividades práticas com oficinas sobre industrialização e processamento da guavira, culinária, extração e produção de cosméticos. Também está programado um dia de campo com demonstrações sobre cultivo e manejo adequados.
Premiações e trabalhos científicos
Entre as atrações especiais estão a premiação do concurso "Guavira Sou Fã", nas categorias foto e poesia, e a sessão "Brota Guavira", dedicada à apresentação de trabalhos técnico-científicos sobre a fruta.
O evento é promovido por importantes instituições: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp) e Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
A guavira: do Cerrado para a gastronomia
Também conhecida como gabiroba, a guavira possui casca fina e polpa suculenta que pode ser consumida in natura ou utilizada na produção de sucos, geleias, licores e doces. Sua florada ocorre entre setembro e outubro, durante a estiagem, e dura poucos dias, criando um espetáculo passageiro no Cerrado.
Reconhecida por lei como fruto símbolo de Mato Grosso do Sul, a guavira é nativa do Cerrado e vem conquistando espaço na gastronomia regional. Diversos produtos inovadores têm sido desenvolvidos a partir dela, incluindo farinha integral, casca cristalizada, isotônico da polpa e chá da casca, demonstrando a versatilidade e potencial econômico desta espécie tão especial.