O presidente Lula causou surpresa durante a Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém, ao anunciar a criação de um fundo dedicado exclusivamente à transição energética. A iniciativa, que seria financiada pelos recursos da exploração do petróleo, pegou muitos membros do governo de surpresa.
Reação do Ministério de Minas e Energia
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no entanto, garantiu que estava ciente da proposta do presidente da República. Ele afirmou que havia conversado com Lula antes do início da conferência climática.
Segundo Silveira, o fundo será agora desenhado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão ligado ao seu ministério. "Nos criamos cinco grupos de trabalho para convergir sustentabilidade com desenvolvimento econômico", declarou o ministro durante a abertura da COP30.
Como funcionará o novo fundo
O ministro explicou que "vou defender que o fundo deva ter uma parte para a transição energética e outra para inclusão social". No momento, não existe nenhuma modelagem pré-estabelecida para a iniciativa.
Entre as questões ainda não definidas estão:
- A porcentagem da venda de petróleo que será destinada ao fundo
- Se os recursos virão apenas da exploração de novos poços de petróleo
- A possibilidade de incluir outros setores, como a mineração
"Isso vai ficar para a próxima reunião do CNPE", afirmou Silveira. "Dei até a ideia de que o dinheiro não venha só do petróleo. Tem mineração também".
Justificativa do governo
A estratégia do governo Lula é usar recursos naturais, incluindo combustíveis fósseis, para acelerar a migração para fontes de energia não poluidoras. Este discurso oficial serve para justificar a exploração de mais petróleo, inclusive na Margem Equatorial, localizada na foz do Rio Amazonas.
Silveira finalizou destacando: "Precisamos dar exemplo para o mundo com mais ações práticas e o fundo de transição energética pode ser uma possibilidade da gente achar uma governança para a transição energética. A princípio seria um exemplo para o mundo você ter recursos advindos de fontes não renováveis".
O anúncio foi feito em 10 de novembro de 2025 durante a COP30, que acontece em Belém, reunindo líderes mundiais para discutir as mudanças climáticas e o futuro energético do planeta.