O Brasil tem uma oportunidade única de se consolidar como referência mundial em produção rural sustentável durante a Conferência do Clima da ONU (COP30), que será sediada em Belém no ano de 2025. A avaliação é do professor Sérgio Guimarães, especialista em gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.
Oportunidade histórica para o agronegócio brasileiro
Segundo o especialista, que é professor do Instituto de Ensino Superior da Amazônia, o evento representa um momento crucial para o país reposicionar sua imagem internacional. A COP30 acontecerá em novembro de 2025 na capital paraense, reunindo líderes mundiais e especialistas em mudanças climáticas.
"O Brasil tem todas as condições de mostrar para o mundo que é possível ter um setor rural que produz e, ao mesmo tempo, conserva", afirmou Guimarães. O professor destacou que o país possui tecnologia avançada e conhecimento suficiente para liderar essa transição rumo a uma economia verde.
Amazônia como palco estratégico
A escolha de Belém como sede não foi por acaso. A localização na região amazônica coloca o foco diretamente sobre os desafios e oportunidades da maior floresta tropical do mundo. Guimarães enfatiza que a Amazônia deve ser vista como ativo estratégico para o desenvolvimento sustentável do país.
"Temos que mudar a narrativa. A Amazônia não é um problema, é uma solução. E o setor rural pode ser parte fundamental dessa solução", defendeu o especialista. Ele citou exemplos de produtores rurais que já adotam práticas sustentáveis, integrando lavoura, pecuária e floresta.
Caminhos para a sustentabilidade no campo
O professor listou algumas estratégias que podem colocar o Brasil na vanguarda da produção sustentável:
- Expansão da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
- Investimento em bioeconomia e produtos da sociobiodiversidade
- Fortalecimento da rastreabilidade e certificação
- Valorização dos serviços ambientais prestados por produtores rurais
Guimarães ressaltou que o momento é de união entre ambientalistas e produtores rurais, não de confronto. "Precisamos construir pontes. O produtor rural é essencial para a conservação, e a conservação é essencial para a perpetuação da produção", argumentou.
Com a COP30 se aproximando, o Brasil tem menos de dois anos para preparar sua estratégia e mostrar ao mundo que pode ser uma potência ambiental e agropecuária ao mesmo tempo. O sucesso nessa empreitada pode definir o futuro não apenas do setor rural brasileiro, mas também da imagem do país no cenário internacional.
