
Imagine acordar com o barulho da água invadindo sua casa no meio da madrugada. Foi assim para milhares de sul-coreanos nesta semana, quando as chuvas mais intensas dos últimos anos transformaram ruas em rios e sonhos em escombros.
O cenário é duro: quatro vidas perdidas — incluindo um idoso que não conseguiu escapar do avanço das águas em Daegu. As imagens que circulam nas redes sociais mostram carros boiando como brinquedos em parques aquáticos macabros.
O desastre em números
Mais de mil pessoas tiveram que abandonar às pressas tudo o que construíram. Alguns com a roupa do corpo, outros carregando o que podiam nas costas — um cachorro aqui, documentos importantes ali. A maioria? Só mesmo a vida, que por sorte (ou milagre) ainda levava consigo.
Os bombeiros trabalham contra o relógio. E contra a natureza, que insiste em jogar mais água no tabuleiro. Já são:
- + de 2.500 casas inundadas
- Estradas destruídas como se fossem de papel
- Ponte que desabou em cena digna de filme catástrofe
Não é exagero dizer que algumas regiões parecem ter sido atingidas por pequenos tsunamis. E o pior? Os meteorologistas avisam: ainda tem mais por vir.
Reação do governo
Enquanto isso, em Seul, o presidente Yoon Suk-yeol parece ter acordado tarde para o problema. Só depois do terceiro óbito é que ordenou "medidas especiais" — aquelas que todo político anuncia quando a situação já fugiu do controle.
Os abrigos improvisados estão lotados. E a ajuda humanitária? Chegando a conta-gotas, como sempre. "É como se estivéssemos invisíveis", desabafa uma mãe que divide um colchão com três crianças num ginásio escolar transformado em alojamento de emergência.
O que essa tragédia revela sobre nossa preparação para eventos climáticos extremos? Será que algum dia estaremos realmente prontos? Perguntas que, infelizmente, só costumamos fazer quando a água já bate na cintura.