Justiça obriga União a indenizar profissionais de saúde indígena em Roraima por danos morais
União deve indenizar profissionais da saúde indígena em RR

Não é todo dia que a Justiça dá um basta em situações que beiram o absurdo. Dessa vez, o alvo foi a União, condenada a desembolsar R$ 40 mil para cada um dos profissionais de saúde que atuaram em comunidades indígenas de Roraima. E olha que o valor, ainda que significativo, não apaga anos de descaso.

O caso, que virou um verdadeiro calvário para esses trabalhadores, expôs falhas gritantes. Imagine só: falta de estrutura básica, pressão psicológica constante e zero suporte para lidar com situações extremas. Não à toa, a juíza responsável pelo caso não teve dúvidas — configurou-se dano moral, e ponto final.

O que levou à condenação?

Detalhes do processo revelam um cenário desolador. Profissionais eram deixados à própria sorte, sem equipamentos adequados ou treinamento mínimo para enfrentar realidades complexas. Alguns relatos mencionam até mesmo ameaças de violência, algo que, convenhamos, não deveria fazer parte do job description de ninguém.

"A situação era tão crítica que muitos desenvolveram transtornos psicológicos", comenta um advogado envolvido no caso, que prefere não se identificar. "E o pior? Ninguém parecia se importar."

E agora, o que muda?

A decisão, publicada nesta terça (13), estabelece um precedente importante. Além da indenização — que deve ser paga em até 60 dias —, a sentença joga luz sobre um problema crônico: a saúde indígena continua sendo tratada como parente pobre das políticas públicas.

Será que dessa vez o recado entra? Difícil dizer. Enquanto isso, os trabalhadores aguardam — com um misto de alívio e ceticismo — para ver se, finalmente, vão receber o mínimo de reconhecimento pelo serviço prestado.

Ah, e detalhe: a União ainda pode recorrer. Porque no Brasil, como sabemos, até o óbvio precisa ser discutido ad nauseam.