Era pra ser um cartão-postal, um marco de fé e cultura. Mas o que se vê hoje no terreno do Memorial Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, é um cenário de completo abandono. Uma obra que mal começou e já parece condenada ao esquecimento — e o pior, custou aos cofres públicos nada menos que R$ 1,3 milhão.
Parece até piada de mau gosto. A promessa era inaugurar em 2022, mas estamos em 2025 e o tal memorial religioso nem saiu do papel direito. O que tinha de concreto? Só a base, literalmente. E olhe lá.
Dinheiro Público, Obra Fantasma
O Ministério Público do Rio Grande do Norte resolveu botar o dedo na ferida. E que ferida feia, hein? Eles abriram um procedimento para investigar essa paralisação que já dura mais de um ano — um verdadeiro eternidade no calendário das promessas não cumpridas.
A promotora de Justiça Isabela Guedes, que tá tocando o caso, foi direta ao ponto. Ela quer saber, e rápido, o que diabos aconteceu com todo esse dinheiro. Cadê os projetos? Por que parou tudo? Tem previsão de retomar? São perguntas que qualquer cidadão faria, mas quando vem do MP, a coisa fica séria.
A prefeitura de Santa Cruz agora tem um prazo curtíssimo — apenas 10 dias — para apresentar toda a documentação e dar satisfações à população. Senão, meu amigo, a coisa pode ficar feia.
Um Sonho que Virou Pesadelo
O memorial era pra ser algo especial, sabe? Não era só mais uma obra qualquer. Santa Rita de Cássia é uma santa querida na região, com devotos que peregrinam até de longe. A ideia era criar um espaço digno para receber esses fiéis, fortalecer o turismo religioso — que, convenhamos, movimenta uma grana considerável.
Mas o que era sonho virou praticamente um elefante branco. O terreno, que devia estar cheio de vida e movimento, hoje é só mato e expectativas frustradas. Os moradores, esses sim, que sabem o que é esperar por coisas que nunca chegam.
E pensar que R$ 1,3 milhão dava pra fazer tanta coisa na cidade... É dinheiro que some sem deixar rastro, sem benefício algum para a comunidade. Dói no bolso e na alma.
E Agora, José?
O MP deixou claro que não vai passar a mão na cabeça de ninguém. Se a prefeitura não se explicar direito, o caso pode virar até ação civil pública. Imagina o transtorno?
Enquanto isso, a população fica no limbo. Torcendo para que alguém assuma a responsabilidade e, quem sabe, um dia esse memorial saia do papel. Porque fé, essa, o povo de Santa Cruz já tem de sobra — o que falta mesmo é transparência e compromisso com o que foi prometido.
O que me deixa pensativo é como essas histórias se repetem pelo Brasil afora. Obra começada com pompa, abandonada na calada da noite, e o povo que se vire para cobrar explicações. Dessa vez, pelo menos, o Ministério Público entrou em cena. Resta saber se vai ser suficiente para tirar esse projeto da gaveta — ou melhor, do mato.
