
Parece que os planos da prefeitura de espalhar radares por Piracicaba encontraram um obstáculo mais resistente que um quebra-molas. A verdade é que o Tribunal de Contas do Estado simplesmente travou o processo licitatório que prometia instalar esses dispositivos em cinquenta novos pontos da cidade.
Não foi algo discreto, não. O TCE praticamente deu um chega pra lá no pregão eletrônico número 07/2025, cancelando tudo após identificar uma série de problemas nos editais. E olha que a empresa Tectran - Tecnologia em Trânsito S.A. já estava até com a corda no pescoço, sendo a única habilitada no processo.
O que exatamente deu errado?
Bom, segundo os técnicos do Tribunal, as falhas eram várias e bem específicas. Uma das principais questões era a forma como seriam calculados os reajustes contratuais - algo que, convenhamos, nunca é simples. Mas tinha mais: os critérios de desempate entre licitantes também estavam meio tortos, e as especificações dos equipamentos deixavam brechas que poderiam causar dor de cabeça no futuro.
O pior é que a prefeitura nem tentou se defender direito. Quando o TCE pediu explicações, a resposta que veio foi... bem, praticamente nenhuma. Quem trabalha com licitação sabe: quando o silêncio é a única resposta, geralmente significa que a situação está complicada.
E agora, o que vai acontecer?
A prefeitura, é claro, vai ter que voltar à prancheta. Terão que redigir um novo edital, consertando todas as falhas apontadas pelo Tribunal. Enquanto isso, esses cinquenta pontos que seriam fiscalizados continuam sem a vigilância eletrônica que estava planejada.
Algumas pessoas devem estar respirando aliviadas - quem nunca acelerou um pouquinho naquelas vias mais vazias, não é mesmo? Mas a questão vai além disso. Trata-se de garantir que o dinheiro público seja gasto com transparência e eficiência. Os radares, quando bem instalados, realmente salvam vidas - disso ninguém duvida. Mas precisam ser implementados do jeito certo, seguindo todas as regras.
O que me preocupa é o tempo que tudo isso vai levar. Refazer um edital não é como trocar um pneu - é um processo demorado, cheio de detalhes técnicos. Enquanto isso, o trânsito segue seu curso, com cada motorista na sua.
Uma coisa é certa: quando o novo pregão for lançado, os olhos do TCE - e da população - estarão bem abertos. A prefeitura vai ter que acertar na mosca dessa vez, sem margem para erro. Afinal, cinquenta radares são coisa séria - e o dinheiro público também.