Justiça dá ultimato e destina fazenda invadida à Reforma Agrária em Rondônia
Justiça destina fazenda de 800 ha à Reforma Agrária em RO

Era mais um capítulo naquela novela que parecia não ter fim — mas dessa vez, a Justiça falou mais alto. Na última quinta-feira, um desfecho que muitos aguardavam há anos finalmente chegou para uma propriedade rural em Machadinho d'Oeste, no interior de Rondônia.

Imagine só: 800 hectares de terra, equivalente a cerca de 800 campos de futebol, que estavam no centro de uma disputa judicial que se arrastava desde 2019. A 2ª Vara Federal de Ji-Paraná deu um basta na situação e determinou a desocupação imediata da Fazenda São Bento.

O pulso firme da Justiça

O juiz federal Thiago Haruo Sano não deixou margem para dúvidas. A ordem é clara como água de nascente: todos os ocupantes têm que deixar o local imediatamente. E não é só isso — a Polícia Federal e a Força Nacional foram acionadas para garantir que a decisão saia do papel.

Parece drástico? Talvez. Mas a verdade é que a propriedade já tinha destino traçado desde 2021, quando foi declarada de interesse social para a Reforma Agrária. Só que entre o papel e a realidade, havia um abismo de resistência.

Do conflito à solução

Agora vem o que interessa: o INCRA assume as rédeas do processo. A autarquia federal tem a missão de transformar aqueles 800 hectares em esperança concreta para famílias que há tanto tempo esperam por um pedaço de chão para chamar de seu.

É aquela velha história — terra improdutiva nas mãos de poucos versus a possibilidade de alimentar sonhos de muitas famílias. A Justiça, ao que tudo indica, optou pela segunda opção.

Um respiro para a Reforma Agrária

Em tempos onde notícias boas parecem escassas, essa decisão chega como um alívio. Não se trata apenas de transferir terras, mas de dar dignidade, oportunidade e, quem sabe, escrever um novo capítulo na vida de dezenas de brasileiros.

O caso específico de Machadinho d'Oeste serve como um termômetro importante. Mostra que, mesmo com todas as dificuldades e demoras do sistema judiciário, há espaço para avanços concretos na questão fundiária.

Resta agora torcer para que a transição ocorra de forma pacífica e que essas terras cumpram finalmente seu papel social. Afinal, terra parada é comida que não chega à mesa, é sonho adiado, é futuro que não desabrocha.