
Eis que surge mais uma tempestade no já conturbado cenário da saúde pública paraibana. Desta vez, o alvo é o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita — uma unidade que, em tese, deveria ser referência, mas que agora enfrenta o rigoroso escrutínio do Ministério Público Estadual.
Não é brincadeira, não. O MPPB decidiu meter a colher fundo na gestão do hospital depois que certas... digamos, esquisitices começaram a chamar atenção. A coisa toda começou a feder desde o ano passado, mas só agora as investigações ganharam corpo formal.
O que exatamente está sendo apurado?
Bom, vamos por partes. As suspeitas são várias e, convenhamos, bastante sérias:
- Aquisições questionáveis de medicamentos e equipamentos — tem gente se perguntando se o preço pago realmente refletia a qualidade do produto
- Contratações diretas que fugiam ao usual, sem aquela transparência toda que se espera do serviço público
- Pagamentos a fornecedores que deixaram rastros duvidosos, para dizer o mínimo
- E o pior: indícios de que recursos destinados aos pacientes podem ter tomado rumos... digamos, alternativos
O que me deixa realmente intrigado é como essas coisas ainda acontecem. A gente sempre espera o melhor dessas instituições, mas aí...
As consequências já batem à porta
Enquanto os papéis são vasculhados nos gabinetes com ar condicionado, lá na ponta a situação é bem diferente. Comentários de profissionais de saúde que preferem não se identificar — com razão, né? — pintam um quadro preocupante.
"Tem dias que a gente praticamente faz milagre", confessa uma enfermeira, sob condição de anonimato. "Falta material básico, medicamentos essenciais somem do estoque... é uma luta diária."
E os pacientes? Ah, esses são os que mais sofrem. Fila de espera que não anda, procedimentos adiados, atendimento que deixa a desejar — o pacote completo do descaso.
E agora, José?
O Ministério Público não está de bobagem. Já tem até cronograma definido para as próximas etapas da investigação:
- Análise detalhada de todos os contratos firmados nos últimos dois anos — e olhe lá
- Ouvir gestores atuais e anteriores, porque é importante entender quem sabia de quê e quando
- Confrontar as informações com os fornecedores envolvidos nesses contratos suspeitos
- E o mais importante: apurar se houve mesmo prejuízo ao erário e, claro, aos usuários do sistema
Se comprovadas as irregularidades, pode esperar barulho. E dos grandes. Tem gente que pode responder administrativamente, civilmente... e talvez criminalmente também.
O silêncio do outro lado é, no mínimo, eloquente. Até agora, a administração do hospital se limitou a dizer que "colabora com as investigações" — aquela velha desculpa esfarrapada de sempre. Conveniente, não?
Enquanto isso, a população de Santa Rita e região continua dependendo de um hospital que parece estar mais preocupado em se defender de acusações graves do que em cumprir sua função social.
No fim das contas, quem paga o pato somos sempre nós, contribuintes e potenciais usuários do sistema. É de dar nos nervos, mas vamos acompanhar de perto. Alguém tem que prestar contas — e dessa vez, parece que vão ter que prestar mesmo.